domingo, 21 de setembro de 2008

Seminário de qualificação

Equipe: Alexandre, Amanda, Andayê, Jamile, Lhaís, Nelma.

TEMA:Representação Social de Pessoas com Diagnóstico de Doença Crônica acerca da Enfermidade Crônica
MESTRANDA: Aline Tonheiro Palmeira
PROF°: Antônio Marcos Chaves


OBJETIVOS:
Geral: Investigar quais são os elementos que compõem as representações sociais da enfermidade crônica em sujeitos diagnosticados com doença crônica.
Específicos:
Identificar e analisar como cada sujeito organiza a sua experiência de enfermidade crônica, destacando os elementos subjetivos dessa construção;
Identificar e analisar elementos que são socialmente compartilhados acerca da doença crônica e da enfermidade crônica que compõem este último fenômeno e que estão presentes no discurso dos sujeitos da pesquisa;
Sistematizar as relações existentes entre a experiência individual e os componentes sócio-culturais presentes nos discursos estudados, compondo o campo das representações sociais.
MARCO TEÓRICO: Teoria das Representações Sociais (Moscovici)
DELINEAMENTO METODOLÓGICO: Estudo descritivo, abordagem qualitativa e análise do discurso a partir da construção de narrativas gravadas e depois transcritas de oito participantes com diagnóstico de doença crônica (dor crônica e insuficiência renal crônica).
RESULTADOS: Os participantes fazem uma separação temporal entre as suas vidas antes e após a doença. Falam a respeito das limitações de ser um portador de doença crônica, da dificuldade de continuar desempenhando os papéis que desempenhava antes e da necessidade de se adaptar à nova condição. Um outro aspecto temporal presente na doença crônica é a presença constante da enfermidade e a insegurança em relação ao futuro.
As relações familiares são estabelecidas e organizadas a partir do adoecimento de um dos membros.
Os aspectos da doença apresentados são: permanência da doença, a incapacidade que ela traz, a irreversibilidade das alterações patológicas, a necessidade de cuidados específicos e a importância do tratamento para controle da doença e de seus sintomas.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Prata da Casa 2008

Antes de tudo, gostaria de agradecer a presença de todos e também aos colegas pela iniciativa de criar esse espaço de discussão, tão importante para o nosso Departamento. A nossa universidade vivencia um momento de transformação e é sempre importante poder participar de eventos que envolvem suas partes interessadas.
No inicio deste ano, comecei a lecionar as disciplinas de Pesquisa em Psicologia I e II. Até então, meu contato com os estudantes de Psicologia somente havia ocorrido quando dividi com a Profa. Silvia Viodres uma disciplina optativa no tirocínio, que tinha como tema central a violência. Pensando em como organizar esse novo desafio, fiquei paralisado diante de um impasse, que acredito que seja motivo de preocupação para muitos professores universitários, principalmente os mais jovens: Como ensinar os princípios básicos da ciência e do fazer pesquisa, muitas vezes endurecidos pela prática acadêmica, sem que eles sejam, chatos e desmotivadores para os estudantes?
Bom, acredito que a motivação seja a chave do nosso negócio. Sem ela, nossas salas de aula ficarão cada vez mais vazias e os alunos cada vez menos interessados no que temos a comunicar. Antes do inicio do semestre, consultei vários livros em busca de alguma estratégia que envolvesse os estudantes na prática de pensar a pesquisa. Observem o dilema: em Pesquisa em Psicologia I os estudantes chegam sem conhecer muita coisa de pesquisa, com temas de interesse sem profundidade, e/ou estão inscritos para cumprir tabela curricular, diferentemente do que acontece nas pós-graduações em que o estudante é aceito mediante a análise de um projeto de pesquisa.
O professor, neste caso, precisa muito do material do estudante. Ele precisa fazer com que essas pessoas explorem a criatividade e pensem em possíveis situações de pesquisa. Isso não pode e não deve ser um movimento solitário, restrito a cada estudante. A direção desse trabalho deve ser coletiva, num partilhar de idéias intenso, para que ao final de algumas semanas os estudantes sejam capaz de dá profundidade aos temas de interesse.
Foi pensando nisso que no inicio das aulas resolvi criar um Blog na net para os estudantes, intitulado Reinventando a Pesquisa. www.pesquisaempsicologia1.blogspot.com Esse instrumento teria duas finalidades básicas: aproximar os estudantes e os seus temas de pesquisa e aprimorar o processo de escrita acadêmica. A disciplina tornou-se, então, uma ação prática dos estudantes que deveriam postar material de pesquisa semanalmente neste espaço e consultar, freqüentemente, a evolução do trabalho dos colegas.
O primeiro passo foi uma apresentação dos estudantes, com destaque para as áreas de interesse em pesquisa. Após a formação dos grupos, começamos a utilizar o espaço para as postagens de resumos de artigos acadêmicos nos mais variados temas. Os estudantes deveriam contribuir com um resumo semanalmente, possibilitando que todos tivessem acesso ao material e analisassem se este era pertinente para o seu trabalho. Neste momento, os conteúdos da disciplina foram direcionados para o trabalho de exploração acadêmica em pesquisa pelos estudantes.
Como tudo não são flores, a troca de informações entre os estudantes não fluiu como o esperado. Foram poucos os que se engajaram imediatamente na atividade e por extensão na disciplina. Por mais que se diga “pensem no que vocês querem pesquisar”, havia uma distancia muito grande entre o dito e a realização prática. Outra vez o problema da motivação. Essa situação persistiu até a primeira avaliação, uma prova de prática em pesquisa, voltada para a identificação e análise de alguns elementos de um artigo científico. A grande maioria não obteve um resultado bom, a casa estremeceu e, enfim, os estudantes despertaram para a sua situação. Não bastava o conteúdo de sala de aula, os livros, a Xerox. Para apreender pesquisa é preciso praticar e neste momento a prática estava relacionada a ler artigos e tentar aprender com os acertos e com os erros de outros pesquisadores.
Logo no primeiro dia de aula enunciei aos estudantes a seguinte frase: “a pesquisa científica não pode ser auto-flagelo”. Nós não podemos buscar no nosso sofrimento uma solução criativa para problemas científicos. É preciso explorar outro caminho. É necessário explorar aquilo que nós nos sentimos afiliados na nossa prática social, para que, assim, a aprendizagem seja tomada como um processo de ação crítica que faça parte do nosso cotidiano, que ocupa um lugar especial em nossos pensamentos, nos forçando a ver os problemas nos mais variados ângulos analíticos possíveis. É preciso respirar a pesquisa.
É complicado fazer com que um estudante tenha essa compreensão. E como ironia do destino, como se pensar por si só não bastasse, o estudante ainda deve apreender a escrever sobre aquilo que estuda e que pensa. Ai é que realmente a coisa se agrava. Não é que os estudantes não pensem ou não saibam escrever. O que acontece é que os trabalhos são feitos por contingência social, às vezes às pressas para a obtenção de uma nota, e muitas vezes sem profundidade e demonstrando pouca reflexão, feitos por obrigação.
Neste modelo pedagógico que apresento, como em muitos outros, a obrigação é um componente antagônico, que ao mesmo tempo faz com que o processo ande e pare. Como as atividades de pesquisa são programadas em cima dos temas e interesses dos estudantes, eles são obrigados a contribuir e alimentar o sistema, na forma de uma ação criativa para compartilhar idéias. O progresso no processo não acontece quando o sentimento de obrigação refere-se a produzir algo que preencha o vazio da não produção. Produzir um material simplesmente para não deixar de produzir e, por conseqüência, não obter a nota por ele.
É interessante observar os sentimentos dos estudantes acerca desse processo pedagógico. Quando fui convidado para participar dessa mesa, solicitei a eles que escrevessem um pouco sobre a utilização do blog como um espaço de aprendizagem. Eis o que uma aluna escreve sobre o processo de aprendizagem através do blog:
Acredito que o método foi tão ousado, quanto inovador, porém, como principal ganho destaco a comunicação. Com o blog podemos ter acesso aos temas e projetos dos colegas, bem como expor as nossas facilidades e dificuldades no andamento dos trabalhos. O único problema é que o uso ainda se faz muito mais por obrigação do que por vontade própria, o que tira um pouco a essência da idéia.
A estudante explora a essência da atividade, ela toca, por um lado, na idéia central mostrando que é preciso que haja comunicação entre os estudantes. Sem isso, os trabalhos não evoluem. Essa troca motiva as pessoas a querer conhecer e aprofundar determinados temas. Ela faz o processo de aprendizagem andar. Mas por outro lado, esse movimento é bloqueado pela obrigação da consulta, pela obrigação de ter que ser parte contribuinte desse sistema, de ter que escrever e depositar algum material. O engajamento não é automático e autônomo, e não torna os estudantes capazes de respirar a pesquisa, em um ato natural. Ela nos diz, falta vontade própria, ou seja, para a coisa funcionar, nós, estudante, precisamos entrar de corpo e alma na situação.
É preciso explorar um pouco mais a situação. Outro estudante em sua postagem relata sobre sua dificuldade em compreender a utilização do blog como uma ferramenta pedagógica.
Olha, me desculpem os mouros, mas achei (desde o início dos tempos) e continuo achando que essa idéia de blog ainda não conseguiu um lugar no meu coração como ferramenta auxiliar no aprendizado ou seja lá para o que isso se destina (ou deveria se destinar). Começando com a obrigatoriedade de postagem, passando pela publicação de resumos de artigos (cujos resumos já estavam feitos), acho que isso só me fez (e - putz! ainda faz) perder minutos preciosos de leitura.A publicação de um texto escrito (penso eu) não deve ser uma coisa leviana, sem compromisso, apenas eco de outra opinião. Assim, demoro muito escrevendo, revisando, escrevendo (e como vocês podem ler, nem sempre saem coisas boas). Penso que o blog deveria tomar outro rumo: ser uma extensão das discussões ampliadas (não) começadas em sala de aula, durante as supervisões. As dúvidas levantadas por Matheus acerca dos nossos projetos, essas sim, deveriam ir para o blog para apreciação da turma.
Ele nos mostra como é difícil pensar e assimilar uma disciplina enquanto um processo de aprendizagem, que envolve está disposto a assumir alguns compromissos e correr alguns riscos. Como é difícil pensar nas atividades, como no exemplo de produzir resumos para os artigos, que já possuem resumos. Como é difícil empreender uma escrita crítica que vá além da obrigação de ter que escrever. É preciso treiná-la. Só se aprende a escrever escrevendo. Só se supera a perda de minutos preciosos de leitura, refletindo sobre aquilo que escrevemos, enquanto realização dos nossos pensamentos e idéias. Não se pode acreditar que para escrever e preciso pensar antes. É a partir da escrita que se começa a pensar.
Como o próprio estudante diz, a escrita dever ser compromissada. Ela não pode ecoar no vazio. É justamente a natureza coletiva do blog que permite que o que seja escrito não ecoe no vazio. O que é escrito ecoa na estrutura dos outros projetos e ajuda primorosamente no meu trabalho enquanto gestor das demandas de pesquisa dos estudantes. Essa escrita tem por finalidade fazer com que os estudantes pensem em suas estratégias de pesquisa, aprendendo com os acertos e os erros de outros pesquisadores. Não basta apenas que o professor seja crítico das idéias dos projetos e mostre seus defeitos e falhas. É preciso que os estudantes participem desse processo, interajam e troquem experiências no memento de concepção dos seus projetos. É preciso pensar na natureza desse processo de troca, como aparece no relato de outro estudante:
A postagem dos resumos me permitiu fazer consultas sobre os detalhes dos projetos, permitiu, em função disso, alguns insights, por certo de não haver como apreender isso no espaço das aulas, e no regime das orientações. O que eu ainda não percebo é uma ampla troca entre projetos, algo que creio deve ser proporcionado. Não sei se o blog pode ser esse espaço, mas é preciso que exista a possibilidade de franca troca. Isto já estava bem evidente para mim durante as apresentações finais no semestre anterior.
Como dito, é preciso que exista a possibilidade de troca franca. Não há metodologia de ensino, pedagogia, sem interação entre as várias partes. O estudante fala da sua ação sobre os detalhes. É necessário fazer atenção a isso. A escrita compromissada, aquela que vai além da obrigação de escrever para preencher a necessidade de uma nota, necessita de uma atenção contínua aos detalhes. É preciso aprender com as experiências dos outros e está em interação com seus pares para poder perceber os detalhes que são a base sólida desta experiência pedagógica. Somente assim somos capazes de perceber o processo contínuo de reinvenção do conhecimento produzido pelo homem.

Sinceramente,
Matheus Batalha

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Os resumos das pesquisas

Eis os resumos das pesquisas das quais participamos das apresentações:

Mestranda: Eliana Edington
Professor Leitor: Sonia Gondim

Comprometimento organizacional versus consentimento: Explorando os limites conceituais e empíricos entre os construtos

O objetivo do estudo foi identificar limites conceituais e empíricos entre construtos psicológicos e sociológicos. Como justificativas do estudo foram citadas a importância do fenômeno psicossocial e a vertente sociológica que não foi devidamente estudada nas pesquisas de psicologia. Os aspectos teóricos analisados foram o comprometimento ativo e passivo, a vertente psicológica utilizada foi o comprometimento organizacional e a vertente sociológica foi o consentimento. Foi realizado um estudo extensivo/transversal com trabalhadores que foi submetido a densa análise estatística. Pelos dados preliminares, algumas questões, sobre o instrumento que será desenvolvido, puderam ser definidas como altamente pertinentes aos fatores analisados. Eliana apresentou, ainda, perspectivas de estudos futuros, para outras pesquisas. A professora leitora fez diversas críticas ao projeto: descompasso entre a parte empírica e teórica do projeto, alguns conceitos não estavam claramente demarcados, falta de objetividade, falha ao citar autores sem consultar as fontes diretamente, não ficou clara a definição dos conceitos/constructos. Dentre as sugestões da professora para o trabalho estavam: fortalecer a parte teórica e conceitual, analisar outros teóricos para embasar melhor o trabalho, estudar os conceitos e melhorar a argumentação. A mestranda respondeu aos comentários afirmando que já sabia da necessidade de aprofundamento da parte teórica e reconheceu a necessidade de explorar e problematizar mais. Por fim, o orientador afirmou que não pretendia fazer uma união das abordagens psicológicas e sociológicas e sim definir construtos.


Mestrando: Paulo Henrique do Carmo
Professor Leitor: Eulina Lordelo

Práticas Educativas Coercitivas em Mães de Diferentes Níveis Sócio-econômicos

O objetivo dessa pesquisa é investigar, a partir de alguns pressupostos da Análise do Comportamento e do Behaviorismo Radical, o uso de práticas coercitivas em mães de diferentes níveis socioeconômicos (baixo e médio/alto) e também as diferenças nas crenças destas mães sobre a eficácia da coerção no controle do comportamento infantil. Entre os objetivos específicos, estão: descrever o uso de práticas coercitivas por mães de diferentes níveis socioeconômicos; descrever as crenças que essas mães possuem acerca da eficácia da coerção e buscar relações entre os níveis socioeconômicos, o uso da coerção e as crenças acerca da eficácia da coerção. A metodologia utilizada consistiu em uma entrevista com questões abertas, para investigar as práticas utilizadas pelas mães para regular o comportamento dos filhos; uma entrevista estruturada, para investigar quais as crenças dessas mães em relação ao uso da coerção e eficácia da mesma, e uma ficha de informações sociodemográficas da família. O termo de consentimento foi livre e esclarecido e as entrevistas foram gravadas e transcritas. O número de participantes definido foi 40, com idade entre 25 e 45 anos, e filhos entre 5 e 6 anos, sendo 20 meninos e 20 meninas de uma escola pública da periferia e uma escola privada, na cidade de Salvador. As mães solteiras e as famílias em que um dos pais fosse alcoolista ou portador de transtornos mentais foram excluídos da amostra. As estratégias de análise utilizadas foram: a análise de conteúdo, identificando assim as unidades de análise nas entrevistas e codificando-as (categorizando as respostas dadas pelas mães, e a análise estatística, fazendo a estatística descritiva, o teste de correlação e o teste de médias. Os resultados, ainda parciais, foram demonstrados em 3 blocos de categorias de respostas - Categorias de análise das práticas maternas coercitivas; Categorias de análise das crenças maternas sobre a punição física; Categorias de análise das crenças maternas sobre o castigo – através da análise de conteúdo. Em freqüências e percentuais das categorias das práticas coercitivas e das crenças – através da estatística descritiva. Em teste de correlação, verificando as relações das variáveis sociodemográficas, as práticas e as crenças maternas, e entre os fatores de ocupação,renda e nível de instrução da escala de Hollingshead para avaliar o poder de predição dos comportamentos maternos de cada fator da escala. E teste de médias onde se verifica diferenças nas práticas coercitivas e nas crenças sobre a coerção entre as mães de nível socioeconômico baixo e as mães de nível socioeconômico médio/alto.


Mestranda: Wivian Volkmer Pontes
Professor Leitor: Sonia Sampaio

Significados da Maternidade para Mulheres com História de Perdas Gestacionais

O objetivo deste estudo foi investigar os significados construídos por mulheres a respeito da maternidade após perda gestacional recorrente. Como justificativas para o estudo foram citadas: a necessidade de orientar profissionais de saúde no tratamento destas mulheres e a insuficiência de pesquisas sobre o tema. Foram entrevistadas em um ambulatório de Salvador, 10 mulheres de 27 a 40 anos com histórico de perdas gestacionais recorrentes. Foram realizadas entrevistas narrativas e os dados obtidos foram avaliados através de análise de conteúdo e construção de categorias. A Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner serviu de referencial teórico para a pesquisa. Os resultados obtidos revelaram que as usuárias eram submetidas a condições emocionais e instrumentais inadequadas na relação medico-paciente. A pesquisadora alertou para a necessidade do estabelecimento de um dialogo mais empático entre o profissional de saúde, usuária e rede de cuidados. A professora leitora elogiou o trabalho, principalmente quanto à metodologia, mas solicitou maior clareza sobre como serão feitas as análises narrativas. A mestranda respondeu que deseja apresentar uma análise transversal que leve em consideração também a singularidade de cada caso.

Equipe:
Ernani França, Marília Pena, Suilan Rossiter e Elisangela Santa Ritta.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Insights...

A postagem dos resumos me permitiu fazer consultas sobre os detalhes dos projetos, permitiu, em função disso, alguns insights, por certo de não haver como apreender isso no espaço das aulas, e no regime das orientações. O que eu ainda não percebo é uma ampla troca entre projetos, algo que creio deve ser proporcionado. Não sei se o blog pode ser esse espaço, mas é preciso que exista a possibilidade de franca troca. Isto já estava bem evidente para mim durante as apresentações finais no semestre anterior.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

About... (Press F1)

Olha, me desculpem os mouros, mas achei (desde o início dos tempos) e continuo achando que essa idéia de blog ainda não conseguiu um lugar no meu coração como ferramenta auxiliar no aprendizado ou seja lá para o que isso se destina (ou deveria se destinar). Começando com a obrigatoriedade de postagem, passando pela publicação de resumos de artigos (cujos resumos já estavam feitos), acho que isso só me fez (e - putz! ainda faz) perder minutos preciosos de leitura.
A publicação de um texto escrito (penso eu) não deve ser uma coisa leviana, sem compromisso, apenas eco de outra opinião. Assim, demoro muito escrevendo, revisando, escrevendo (e como vocês podem ler, nem sempre saem coisas boas). Penso que o blog deveria tomar outro rumo: ser uma extensão das discussões ampliadas (não) começadas em sala de aula, durante as supervisões. As dúvidas levantadas por Matheus acerca dos nossos projetos, essas sim, deveriam ir para o blog para apreciação da turma.
Um exemplo: se Matheus acha tal aspecto incompatível, ou tal orientação enviesada, a equipe posta essa observação e o argumento do teacher e em seguida o contra-argumento. O povo lê e se posiciona. Acho que assim o negócio seria mais interessante, além de propiciar outras opiniões, mais ricas (acho).
Concordo com Elídio!
Acredito que o método foi tão ousado, quanto inovador, porém, como principal ganho destaco a comunicação.
Com o blog podemos ter acesso aos temas e projetos dos colegas, bem como expor as nossas facilidades e dificuldades no andamento dos trabalhos. O único problema é que o uso ainda se faz muito mais por obrigação do que por vontade própria, o que tira um pouco a essência da idéia.
Esse, entretanto, é um problema muito pessoal, que falo por mim.

Beijos à todos.

domingo, 31 de agosto de 2008

Olá para todos!

O método adotado em nosso curso de pesquisa, em minha opinião, foi bastante ousado e inovador; sobretudo por propor uma autonomia aos temas pesquisados, com a devida assistência. Essa atitude propiciou o enfrentamento de certos desafios com relação a produção de trabalhos acadêmicos e a possibilidade de vislumbrar o planejamento e a aplicação de uma pesquisa a partir de um novo olhar.

Um dos recursos que favoreceu a discussão qualificada das atividades propostas foi a adoção do blog, onde é possível acompanhar e dialogar com a turma os avanços e as dificuldades encontradas na elaboração dos projetos. Tudo isso, além divulgar os passos dados em cada projeto e facilitar a troca de informações entre a turma (aluno-aluno, professor-aluno). Embora, deva ser sinalizado que a participação de todos deva ser mais aplicada, para se ganhar em qualidade das atividades.

sábado, 30 de agosto de 2008

TEMA: Criança-contexto: formas e conteúdo das brincadeiras de crianças com câncer
MESTRANDA: Sabrina Torres Gomes
PROFª : Andrea Fernandes

O projeto de pesquisa em questão aborda as preferências lúdicas das crianças com câncer na relação criança-contexto. O objetivo da mesma é descrever e caracterizar o contexto das crianças, com suas brincadeiras lúdicas, tendo como objetivos específicos descrever as atividades lúdicas observadas, identificar quais são as atividades mais freqüentes, bem como sua relação ou não com o câncer e também a relação do tratamento e atividades lúdicas realizadas. Apoiada sob o prisma da teoria evolutiva, a pesquisa se constitui num estudo exploratório, com a utilização da observação naturalística. Para isso, a pesquisadora utilizou folhas de registro, máquina fotográfica e câmera digital. A observação direta realizada na pesquisa ocorreu numa instituição que acolhe crianças com seu cuidador, com câncer do interior da Bahia, abrangendo atividades livres e dirigidas.
Na etapa piloto das observações, foi definido que a coleta de dados comportaria dez sessões, com trinta minutos para cada criança, admitindo a condição da criança estar no pátio e não ter sido observada anteriormente. Dessa forma, foi realizada um análise preliminar, cujos resultados puderam definir algumas categorias descritivas, tais como: relação da criança com outras crianças/adulto/cuidador, tipos de brincadeira, verbalização, entre outras.
Algumas considerações foram realizadas sobre o trabalho, inclusive pela própria pesquisadora, como por exemplo, aspectos relacionados ao cruzamento de dados. Outros itens questionados foram a questão de gênero (se é relevante ou não abordar essa questão na pesquisa), o impacto que a câmera fotográfica pode ocasionar no campo, e uma atenção específica no contexto da casa de apoio, com os diferentes tipos de câncer, com características próprias.

Grupo: Ana Paula Plantier, Daniela Miranda, Karina Neville, Roberta Reis, Uila Neri.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Resenhas Seminário de Qualificação Pós-Psi

"Mulheres em transição: significado do tornar-se mãe no contexto acadêmico" – Ana Urpia

Esta pesquisa busca verificar os significados das experiências de transição na vida acadêmica do tornar-se mãe para jovens que utilizam o serviço de creche da UFBA. A questão se pauta na inter-relação entre a existência de mulheres jovens em período de transição da maternidade no contexto acadêmico, a conciliação entre trabalho e família, a questão de gênero envolvida na apreensão de papéis e possíveis dificuldades na rede e apoio familiar. Também se pretendem discutir os significados culturais desta situação, a gravidez na adolescência e o aborto entre universitárias. O método de pesquisa é o biográfico interpretativo, utilizando como instrumento uma entrevista narrativa temática de memória autobiográfica. Apresentará uma análise fenomenológica interpretativa. Até o momento, está analise aponta que nos períodos de gravidez, principalmente inicial, houve tensão entre as jovens e familiares, com questões sobre a manutenção da própria vida universitária, desembocando, entretanto na abertura da rede de apoio no intuito de auxiliar as mães a continuar os estudos. Ressaltando ainda que, para as jovens, há uma amplitude grande de transformação em suas vidas a partir do momento em que precisam lidar com uma demandar muito superior à vida acadêmica, que é a vida familiar e os novos papéis a desempenhar. A professora leitora, Ana Bastos, verifica que há um vínculo de interesse de trabalho na realização do projeto, ressaltando este valor para a pesquisa, e aponta para a necessidade de discutir melhor onde entrará a transversalidade da temática do aborto no contexto analisado até agora.




“Significados da maternidade para mulheres com história de perdas gestacionais recorrentes” – Wivian Volkmer

Esta pesquisa busca encontrar os significados acerca da maternidade na narrativa de mulheres com histórico de abortos espontâneos recorrentes. Sua relevância se dá na necessidade de haver um tratamento mais integral para estes grupos, além de expandir as discussões sobre o tema na psicologia cultural e do desenvolvimento. O público alvo são casos de mulheres atendidas no hospital universitário da UFBA, utilizando como método a narrativa e como instrumento entrevista não estruturada e em profundidade, utilizando a questão “quais as lembranças de sua primeira gravidez?”. A análise pretende seguir uma orientação holística ao mesmo tempo em que aprofundará singularidades particulares. A análise buscará identificar os elementos da experiência da maternidade no grupo e nos familiares em gestações anteriores, perceber a rede social e de apoio destas mulheres e suas perspectivas de futuro. Os resultados apontam que há um sentimento de medo e ansiedade com as primeiras perdas, tendo a maternidade como algo incerto, evoluindo para posicionamentos mais seguros nas escolhas posteriores, incluindo acompanhamento de saúde e possibilidade de adoção. Segundo comentários da professora leitora, Sônia Sampaio, o trabalho apresenta uma boa qualidade e com possibilidades de intervenções reais, já que a autora trabalha na área e local pesquisados.

Seminário de Qualificação

Equipe: Alexandre, Amanda, Andayê, Jamile, Lhaís, Nelma.

Mestranda: Eliana Edington da Costa e Silva
Prof. Leitor: Sônia Godim

O trabalho apresentado teve como tema "Comprometimento organizacional versus Consentimento: explorando os limites conceituais e empíricos entre os constructos". Objetivou-se retomar o enfoque sociológico afim de analisar de que forma o constructo consentimento se relaciona com o constructo comprometimento - utilizado na Psicologia - levando em consideração os limites conceituais e empíricos. Para tal pesquisa, foi necessária uma revisão de literatura acerca dos constructos e posteriormente foi aplicado um questionário auto-aplicável, com itens fechados, em trabalhadores com vínculo formal nos diferentes constextos organizacionais. Para a análise dos resultados, foi feita a codificação dos dados quantitativos no programa SPSS. Os resultados demonstram que há uma confusão nos conceitos dos constructos e a necessidade de um aprofundamento teórico acerca deles.


Mestranda: Ana Úrpia
Prof. Leitor: Ana Cecília Bastos

O trabalho apresentado teve como tema: "Mulheres em transição: significado do tornar-se mãe no contexto acadêmico". O problema de pesquisa é a maternidade na juventude, que significados são construídos por jovens mulheres que se tornam mães no contexto acadêmico. Foi utilizado o método biográfico interpretativo e a entrevista narrativa temática como instrumento de pesquisa. O local de pesquisa foi a Creche da Universidade Federal da Bahia. As participantes foram cinco mulheres, com idades entre 19 e 29 anos, que vivenciam o processo de transição na academia e cujos filhos têm idades entre quatro meses e dois anos. A análise dos dados foi baseada na análise fenomenológica interpretativa. Foram analisadas dimensões da vida familiar e universitária. Os resultados obtidos apontam para a existência do desafio central de conciliar as atividades acadêmicas com as atividades de casa e o sentimento da maternidade idealizada confrontando-se com os sonhos de realização profissional.
Na opinião da professora leitora, a pesquisadora deve incorporar mais a teoria na análise dos dados e ampliar a literatura sobre o aborto, comentado apenas na introdução.

Seminário de Qualificação Postagem 2

Tema: Significados da Maternidade para Mulheres com História de Perdas Gestacionais Recorrentes.
Mestranda: Viviam Volkmer
Profª leitora: Sônia Sampaio

Justificativa:
Relevância Científica - literatura pouco aborda o Tema.
Relevância social – orientar profissionais de saúde no tratamento ideal destas mulheres.

Objetivos: Observar significados dados por estas mulheres em relação a suas gestações, gestações interrompidas;
Caracterizar a rede social de apoio destas mulheres;
Analisar elementos da experiência da maternidade.

Metodologia: Entrevista Narrativa. Análise dos relatórios verbais.
Participantes: 10 mulheres de classes socioeconômicas populares, de ambulatórios de abortamento de repetição, onde a pesquisadora trabalha(faz parte do corpo clínico). Destas, 8 mulheres estão grávidas no momento. Pré-requisitos de seleção: histórico de 3 ou mais perdas gestacionais, consentimento em participar da pesquisa.

Análise dos dados: 2 focos de análise: 1º Holístico – analisando o conteúdo narrativo; 2º Categorial – construindo categorias de análise.

Base teórica: Bronfenbrenner

Resultados: Realizou a apresentação detalhada de significados selecionados da maternidade atribuídos pelas participantes, transcrevendo e analisando trechos de suas falas, nos momentos de gravidez e perda gestacional, distribuídos em 3 domínios específicos: Afetivo, Domínio das ações, Domínio dos significados.

Depois apresentou alguns Significados comuns da maternidade no momento atual, entre eles: Realização de um sonho; Filho é uma companhia; Decisão de ordem pessoal; Dádiva divina; Investimento para o futuro.

Comentários da Profª leitora Sônia Sampaio:
Qualidade do texto notável, excelente apresentação.
É muito relevante estar num serviço e buscar melhorar a qualidade deste serviço. Bem como, é importante buscar considerar-se as opiniões dos usuários do serviço.
Esclarecer melhor como serão feitas as análises narrativas.

Resposta de Viviam:
Quanto à análise dos dados, entrou num dilema, pois busca não só apresentar uma análise transversal, mas sem perder também a singularidade de cada caso.
Vai buscar, num primeiro momento, selecionar casos representativos de cada grupo, para focar na riqueza dos casos individuais; depois, selecionar aspectos comuns.

Grupo: Gerusa Córdova, Elídio Almeida, Fábio Santos, Susana Rebouças, Sizelmar.

Seminario de Qualificação

Tema: Trabalhador Comprometido x Obediente, Explorando os Limites Conceituais e Empíricos entre os Construtos.
Mestranda: Eliana Edington(?)
Prof leitor: Sonia Gondim

Objetivo Geral: Identificar limites conceituais e empíricos entre os construtos “comprometimento organizacional” e “consentimento”.
Pelo que entendi, tendo como base teórica os enfoques sociológicos e psicológicos sobre o tema na literatura, contrapondo e conciliando os pontos mais importantes destes dois enfoques.

Entre os Objetivos Específicos: Construir uma escala para avaliar os construtos citados, identificando suas possíveis dimensões.

Metodologia: Uma primeira etapa teórica, de revisão da literatura, visando a definição e delimitação dos construtos objetos da pesquisa.
Depois, uma segunda etapa empírica, envolvendo a construção de um instrumento de pesquisa, um questionário fechado, escala Likert, mais entrevista. Segundo entendi este questionário foi construído com base em instrumentos pré-existentes, entre eles: Escala de consentimento, Escala de comprometimento; Escala de comprometimento Normativo.

Participantes: Trabalhadores com vínculo formal empregatício, em diferentes contextos organizacionais e categorias ocupacionais.

Análise e tratamento dos dados: Análise fatorial PAF. Tratamento quantitativo, regressão linear hierárquica.

Resultados: Segundo entendi, após realizar a análise fatorial dos construtos consentimento e comprometimento, comparou resultados obtidos nos itens do questionário divididos em 3 fatores constitutivos dos construtos em questão, analisando sua carga fatorial. Com base nesta análise, concluiu que a análise fatorial do construto consentimento aponta para maior complexidade deste do que é abordado na literatura.

Comentários da Profª leitora Sônia Gondim:

Demonstração cuidadosa dos dados, fácil leitura.
Descompasse da parte empírica, com a parte teórica/conceitual, conceitos não claramente demarcados. Buscar maior demarcação conceitual.
Esclarecer melhor a justificativa da pesquisa, caso se trate de um problema conceitual, esclarecer o problema conceitual que fundamenta a pesquisa .
Se for realmente focar nesta discussão conceitual, tomar cuidado, para melhor definição dos conceitos, citando respectivos autores. Aprofundar mais na parte teórica a diferenciação dos 2 construtos(comprometimento e consentimento) para poder justificar melhor a pesquisa empírica.
“Enfoque psicológico não aborda suficientemente o conceito comprometimento organizacional em todas suas dimensões, logo, o trabalho propõe-se a preencher esta lacuna. Mas não está claro, convincente que você conhece, domina estes conceitos. É preciso primeiro parar e rever melhor os conceitos, aprofundar trabalho conceitual.”

Grupo: Gerusa Córdova, Elídio Almeida, Fábio Santos, Susana Rebouças, Sizelmar..

domingo, 24 de agosto de 2008

Resumo do Seminário de Qualificação

Resumo 02

Grupo de pesquisa: Ana Paula Plantier, Daniela Seifarth, Karina Neville, Roberta Reis, Uila Neri.

Data: 20/08 Horário: 10h30min
Mestrando: Vivian Volkmer Pontes
Prof. Leitor: Sônia Sampaio
Prof. Orientador: Ana Cecília Bastos

Significados de maternidade para mulheres com histórias de perdas gestacionais recorrentes.

Construído sobre os pressupostos teóricos da abordagem sociocultural construtivista o estudo proposto apresentou como objetivo geral investigar os significados construídos pelas mulheres acerca da maternidade após perda gestacional precoce e a recorrente repetição destas. Foram entrevistadas 10 usuárias em acompanhamento pré-natal em um ambulatório de Salvador, entre 27-40 anos, com escolaridade variando entre 1º grau incompleto e 2º grau também incompleto, pertencentes a extrato socioeconômico popular e com registro de 03 ou mais perdas gestacionais na sua história reprodutiva. As entrevistas narrativas foram utilizadas como via de acesso à subjetividade na pesquisa, delineada como estudo de casos múltiplos. Quanto à dimensão temporal, foi realizado um estudo transversal. Os dados foram analisados pelo método Análise de Conteúdo (Análise Categorial), a mestranda mencionou outra modalidade de análise – holística (?) – a qual não foi entendida como adequada ou suficientemente esclarecida no trabalho segundo avaliação do prof. leitor. O estudo utilizou como suporte teórico a Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner, a fim de identificar e avaliar aspectos evolutivos relacionados ao contexto dos eventos das perdas gestacionais, considerando ser o ponto central da teoria uma análise multidimensional das interações do ambiente. A noção de transmissão cultural bidirecional enfatizada pela pesquisadora no decurso da apresentação é de fundamental importância para a perspectiva teórica na medida em que indica processos através dos quais é possível pensar tanto a construção do novo quanto a singularidade do sujeito. Ademais, o trabalho assume um importante papel de denúncia das condições emocionais e instrumentais as quais as usuárias são submetidas na medida em que alcança a relação médico-paciente apontando para a necessidade do estabelecimento de um diálogo mais empático entre o profissional de saúde a usuária e a sua rede de cuidados. Uma característica da pesquisa elogiada por leitor e orientador do projeto foi a escolha da metodologia de pesquisa que sugere uma tentativa da autora de se aproximar do cotidiano e se afastar das grandes narrativas, da impessoalidade.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Data: 19/08 Horário: 10:15
Mestrando: Eliana Edington da Costa e Silva
Prof. Leitor: Sônia Godim
Prof. Orientador: Antonio Virgilio Bittencourt Bastos

Título: Comprometimento organizacional versus consentimento: explorando os limites conceituais e empíricos entre os construtos.

O presente estudo teve como objetivo geral identificar os limites conceituais e empíricos entre os construtos ‘comprometimento organizacional’ e ‘consentimento’ nos vínculos que trabalhadores desenvolvem com suas organizações empregadoras. E como objetivos específicos: 1. Analisar a produção científica na área da psicologia organizacional, da psicologia social e da sociologia do trabalho que embasam as vertentes de pesquisas sobre os construtos de comprometimento organizacional e consentimento nos vínculos indivíduo-organização; 2. Construir e validar, a partir da literatura e revisão conceitual, uma escala para avaliar o construto consentimento identificando possíveis dimensões que a integram e seus níveis de confiabilidade; 3. Verificar a validade discriminante entre as medidas de comprometimento organizacional e de consentimento; 4. Avaliar, empiricamente, as relações entre um conjunto de variáveis identificando possíveis diferenças entre os preditores pessoais, ocupacionais e organizacionais dos construtos comprometimento organizacional e consentimento; 5. Avaliar, empiricamente, os conseqüentes (intenções comportamentais em relação à organização) dos construtos comprometimento organizacional e consentimento. Este estudo é extensivo, de corte transversal, a unidade de análise utilizada foram trabalhadores de segmentos organizacionais diferenciados e variadas categorias ocupacionais. O trabalho será desenvolvido em três etapas: teórica/conceitual, empírica (de caráter quantitativo) e analítica. Foi utilizado um questionário com itens fechados, em que os respondentes apresentam o grau de concordância com as afirmações, a partir de uma escala Likert de 6 pontos. O questionário foi composto por 28 itens referentes ao construto, envolvendo 6 dimensões que definiram operacionalmente o construto (obediência instrumental, obediência cega e não-cega, desobediência, isenção de responsabilidade, confiança e legitimidade do poder, aceitação íntima). Os dados quantitativos foram codificados e digitados em um banco de dados do software estatístico SPSS 15.0 - Statistical Package for Social e foram submetidos a análises fatoriais exploratórias, utilizando o método PAF (Fatoração do Eixo Principal) para extração dos fatores e o PROMAX para rotação. Para avaliar a fidedignidade do instrumento foram calculados os coeficientes alpha de Chronbach. Foram realizadas análises estatísticas adequadas à validação do instrumento de medida e às correlações entre os construtos. Na análise de dados também foi feita uma Regressão Linear Hierárquica e Análises Fatoriais Confirmatórias. Como resultados preliminares, a solução fatorial que é melhor explicada pelo modelo teórico foi composta por 3 fatores: Consentimento, Aceitação Íntima e Desobediência. A partir das primeiras análises, pode-se observar que o cumprimento estrito dos papéis ocupacionais não significa exclusivamente uma obediência cega às ordens e prescrições organizacionais (Fator 1). Também pode haver uma clara adesão às normas e prescrições a partir de uma aceitação íntima, uma concordância autêntica com as mesmas, produto dos processos de identificação com a organização (Fator 2). Finalmente, o construto consentimento apresenta uma dimensão de caráter condicional ou de desobediência diante de normas e regras sobre as quais o indivíduo não concorda ou aceita (Fator 3).


Comentários do Prof. Leitor: A professora Sônia afirmou que a pesquisadora escreve bem e é clara em expor suas idéias. No entanto fez uma crítica ao descompasso observado entre a parte teórica e a empírica, afirmando que os conceitos não foram claramente demarcados e são discrepantes com os objetivos. A mesma propõe que a pesquisadora seja mais objetiva ao expor o objetivo de pesquisa e dialogue mais com a parte teórica, equacionando melhor antes de expor o problema.


Comentários do Prof. Orientador: O professor concordou com as observações de Sônia e esclareceu que os conceitos utilizados na parte teórica são somente a base e não o foco da pesquisa e que os mesmos foram trabalhados na construção dos instrumentos.


Grupo do projeto:
Bruna Improta
Maíra
Maria Luiza Prudente
Mariana Maracajá
Priscila Galvão
Sandro

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Resumo - Seminário de Qualificação

Práticas educativas coercitivas em mães de diferentes níveis socioeconômicos

Data: 20/08/2008 Horário: 8:30
Mestrando: Paulo Henrique do Carmo
Prof. Leitor: Eulina Lordelo
Prof. Orientador: Patrícia Alvarenga


A pesquisa tem como tema os fatores relacionados ao desenvolvimento infantil, tomando o nível socioeconômico como fator relacionado às práticas coercitivas. Baseia-se no referencial da análise comportamental para estudar as crenças (entendidas como regras, estímulos discriminativos verbais), o controle por regras e as práticas parentais. O nível socioeconômico é tomado como variável preditora de práticas parentais, mas sem correlação direta com as mesmas. O estudo das conseqüências da coerção se justifica pelas divergências encontradas na literatura.
O objetivo da pesquisa é estudar o uso de práticas coercitivas em mães de diferentes níveis socioeconômicos, partindo da hipótese de que as mães de nível socioeconômico mais baixo apresentam práticas coercitivas com maior freqüência. Participaram do estudo 40 mães, entre 25 e 45 anos, com filhos de 5 e 6 anos, sendo 20 deles de uma escola pública da periferia e 20 de uma escola privada de Salvador. Utilizando a metodologia de uma pesquisa correlacional, tomou-se o nível socioeconômico como variável preditiva e as práticas e crenças das mães como variável predita. O procedimento consistia em apresentar um termo de consentimento, seguido da realização de entrevista sobre as práticas coercitivas e entrevista estruturada sobre as crenças, além de ficha de informações sócio-demográficas.
A estratégia de análise do conteúdo parte da identificação das unidades de análise, divididas em “práticas coercitivas”, “crenças sobre punição” e “crenças sobre o castigo”, subdivididas em diversas categorias de análise. Em seguida é realizada uma análise estatística, utilizando estatística descritiva, teste de correlação e teste de médias.

Comentários do Prof. Leitor: Eulina não poupou elogios à apresentação do mestrando, considerando-a “quase perfeita”, elogiando também a revisão de literatura, apontando apenas alguns erros de redação. Criticou o uso do Behaviorismo Radical no estudo de crenças, a compreensão das crenças como regras, de modo a recomendar uma revisão nesta utilização teórica. Considerou-a acessória, e afirmou que talvez não houvesse grande prejuízo em descartá-la. Fez também uma breve crítica à utilização da escala de Hollingshead (acredito que seja esse o nome da escala).
Comentários do Prof. Orientador: Patrícia concordou com todas as colocações de Eulina, manifestando-se grata por começar sua carreira de orientadora com um excelente orientando, motivo pelo qual encoraja os desafios de sua articulação da Análise do Comportamento com a Psicologia do Desenvolvimento e de dois níveis de seleção num mesmo estudo.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Resumo do Seminário de Qualifficação

Resumo 1

Grupo de pesquisa: Ana Paula, Daniela, Karina, Roberta, Uila.

Data: 20/08 Horário: 8:30
Mestrando: Paulo Henrique do Carmo
Prof. Leitor: Eulina Lordelo
Prof. Orientador: Patrícia Alvarenga

Práticas Educativas Coercitivas em Mães de Diferentes Níveis Sócio-econômicos
O estudo tem como objetivo investigar o uso de práticas educativas coercitivas por mães de diferentes níveis sócio-econômicos (classe média e classe média-alta).
A metodologia da pesquisa consiste na participação de 40 mães, entre 25-40 anos, advindas de escolas públicas e privadas de Salvador, com filhos entre 5 e 6 anos, sendo 20 de cada sexo. A pesquisa foi definida como correlacional tendo como variável preditiva o nível sócio-econômico e variável predita as práticas educativas maternas e crenças educacionais. Os procedimentos empreeendidos serão a apresentação de um Termo de Livre Consentimento, a realização de entrevistas sobre as práticas educativas e outro acerca das crenças da eficácia da coerção e uma ficha de informações sócio-demográficas. Os ionstrumentos consistem em um roteiro de questões abertas para a investigação das práticas educativas utilizadas pelas mães e uma ficha para a coleta de dados como a profissão, estado civil, renda e nível de instrução das mães.
A estratégia de análise é a análise de conteúdo baseado nas unidades de análise práticas coercitivas e crenças maternas. Sendo consideradas as seguintes categorias de análise:
-das práticas maternas coercitivas:Punição física, Ameaça de punição física, Punição verbal, Ameaça de retirada de privilégios, Ameaças religiosas ou fictícias, Retirada de privilégios/Castigo, Coação física.
- das crenças maternas sobre a coersão estão: Danos causados pela punição física, Ineficácia da punição física, Eficácia da punição física, Justificativas religiosas para uso da punição física, Sustentações emocionais para uso da punição física, Limites para punição física, Punição física justificada pelo comportamento da criança. Como categorias,
-dos castigos da criança: Eficácia do castigo, Limites para o castigo, Ineficácia do castigo, Castigo como alternativa para punição física, Castigo como justificativa pelo comportamento da criança.
A análise dos dados terá como respaldo a análise estatística a partir da estatística descritiva, teste de correlação, teste de médias.
Comentários do prof. leitor: Elogios no que tange a revisão de literatura e aprentação. No entanto, apontou falhas na redação do projeto. Houve críticas também com relação à algumas questões conceituais ligadas ao Behaviorismo Radical principalmente com relação aos conceitos regra e crença. Sugeriu que fosse especificado como os dados serão tratados tendo em vista as diferenças na quantidade do discurso dos sujeitos.
Comentários do prof. orientador: Concordou com algumas objeções do professsor leitor. Embora sua preocupação diga respeito ao desafio de se articular os conceitos da Análise Experimental do Comportamento com a Psi. do Desenvolvimento, tendo em vista, também, uma inovação por parte do mestrando ao fazer uma pesquisa que vai correlacionar a ontogênese e a cultura.

Seminário de Qualificação

Data: 20/08 Horário: 8:30
Mestrando: Paulo Henrique do Carmos
Prof. Leitor: Eulina
Prof. Orientador: Patrícia Alvarenga

Título: Práticas Educativas Coercitivas em Mães de Diferentes Níveis Sócio-econômicos.

O presente estudo objetiva investigar o uso das práticas coercitivas em mães de diferentes níveis sócio-econômicos, tendo como uma das hipóteses principais a de que mães de nível sócio-econômico baixo utilizam mais práticas coercitivas que as mães de nível socio-econômico alto. A prática contou com 40 mães entre 25 e 45 anos, as quais tinham filhos entre 5 e 6 anos (20 meninos e 20 meninas), e vivem com os parceiros a mais de 3 anos. Os dados foram coletados em uma escola púlica da periferia e uma escola privada de Salvador. O método consiste numa pesquisa correlacional, apresentando num primeiro momento o Termo de Consentimento e utilizando como instrumentos entrevistas sobre práticas educativas maternas, entrevistas sobre as crenças da eficácia da coersão e fichas de informações sócio-demográficas da família. Para a análise de conteúdo houve uma identificação de unidades de análise nas entrevistas, e sua poesterior codificação. Como categorias das práticas maternas coercitivas estão 1)Punição física, 2)Ameaça de punição física, 3)Punição verbal, 4)Ameaça de retirada de privilégios, 5)Ameaças religiosas ou fictícias, 6)Retirada de privilégios/Castigo, 7)Coação física. Como categorias das crenças maternas sobre a coersão estão: 1) Danos causados pela punição física, 2)Ineficácia da punição física, 3)Eficácia da punição física, 4)Justificativas religiosas para uso da punição física, 5)Sustentações emocionais para uso da punição física, 6)Limites para punição física, 7)Punição física justificada pelo comportamento da criança. Como categorias, por fim, sobre castigo encontram-se 1)Eficácia do castigo, 2)Limites para o castigo, 3)Ineficácia do castigo, 4)Castigo como alternativa para punição física, 5)Castigo como justificativa pelo comportamento da criança. A análise estatística foi dividida em estatística descritiva, teste de correlação e teste de médias.

Comentários do Prof. Leitor: A professora elogiou bastante a apresentação, comentando ter sido bastante detalhada, principalmente a revisão de literatura, colocando também a divisão em categorias como muito boa, porém com algumas falhas na redação, as quais não interferiam, contudo, no texto que estava muito bem escrito. Como principal crítica a professora apontou o uso do referencial teórico, o qual lhe parecia acessório. Para ela falta um "sentido" na maneira como o problema é formulado, e deu como sugestão a explicitação das razões das crenças, as quais devem ser reflexos epifenômenos das contingências. Sugeriu também uma melhora na análise dos dados, especificando como os dados da entrevista serão tratados (exemplo: como tratar repetições e quantidade de emissões?). Por fim fez uma breve crítica à escala em Hollshead (Não consegui pegar a escrita da forma correta), e às tentativas de correlacionar escores e médias.

Comentários do Prof. Orientador: A professora concordou com os comentários de Eulina e apontou que a articulação da Psicologia do Desenvolvimento com a Análise do Comportamento pelo Behaviorismo Radical é um grande desafio, porém incentiva essa relação e acredita muito no potencial do Orientando, colocando como mérito o trabalho com as entrevistas.


Grupo do projeto:

Bruna Improta
Maíra
Maria Luiza Prudente
Mariana Maracajá
Priscila Galvão
Sandro

terça-feira, 19 de agosto de 2008

EXPERIÊNCIA INFRACIONAL E A MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA DE INTERNAÇÃO: PRODUÇÃO DE SENTIDOS SUBJETIVOS EM ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADE

Mestranda: Joelma Oliveira da Silva
Orientador: Antônio Marcos Chaves

RESUMO:

A tese se propõe a analisar produções de sentido em adolescentes infratores privados de liberdade numa Unidade de internação para intervenções de caráter sócio-educativo. Visa poder subsidiar discussões e propostas para medidas preventivas e práticas sócio-educativas relacionadas ao adolescente infrator. Tem sua fundamentação analítica na psicologia de Vigotski –condição dialética, social e histórica- e Gonzalez Rey –produção de sentidos e valor subjetivo da experiência-. Possui uma análise galgada na dimensão lingüística, relacionando-a ao sentido subjetivo e apontando-a como recurso de expressão dos sujeitos. Sua metodologia é basicamente qualitativa, intensiva, de caráter exploratório e de casos múltiplos. Os dados coletados para análise foram entrevistas narrativas semi-estruturadas com adolescentes infratores.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Feliz São João, galera!!!

Ótimas férias para vocês!!!
Vamos marcar para nos vermos nessas férias!!!
E para quem vai sumir, próximo semestre estamos aí de novo!!

Bjão!!!

Malu.

(Adorei fazer essa postagem! ;)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

TDAH e Diferentes Formas de Tratamento

Tema: TDAH e diferentes formas de tratamento

Artigo: Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade na infância e na adolescência: considerações clínicas e terapêuticas. Rev. psiquiatr. clín. v.31 n.3, São Paulo, 2004
(Luis Augusto Rodhe; Euripedes Constantino Miguel Filho; Lúcia Benetti;Carolina Gallois; Christian Kieling)

Resumo: Embora certamente bastante subdiagnosticado na nossa população, o TDAH vem sendo alvo de crescente interesse da comunidade de professores, de profissionais da área de saúde e da própria mídia.Em alguns dos poucos ambulatórios especializados no País, já não é infrequente a chegada de crianças e adolescentes com o diagnóstico erroneamente firmado.Embora várias razões possam ser discutidas para explicar essa situação,é importante que o psiquiatra que lida com crianças e adolescentes possa estar atento ao fato de que tanto a capacidade atencional quanto a de controle motor são variáveis dimensionais na população.
Levy et al.(1997) documentaram, num estudo pioneiro com uma amostra de 1.938 famílias australianas de gêmeos,que a herdabilidade dos sintomas de desatenção e hiperatividade era similar entre várias definições de TDAH(como uma entidade contínua ou discreta a partir de diferentes pontos de corte).Assim, o transtorno pareceria melhor entendido como o extremo de um comportamento que varia geneticamente na população como um todo, ao invés de uma entidade dicotômica.Portanto, tratando-se de algo dimensional na população,é de se esperar que o clínico tenha maiores dificuldades de estabelecer onde colocar o ponto de corte.
O objetivo deste resumo é orientar o psiquiatra sobre alguns dilemas clínicos e terapêuticos frequentemente encontrados no tratamento desses pacientes.Assim, as seguintes questões são abordadas: a) a diferenciação com a normalidade(a questão da desatenção e do descontrole motor como um conceito dimensional na população); b) a idade de início de prejuízo dos sintomas; c) a fronteira com quadros de transtorno de humor bipolar; d) as diretrizes terapêuticas na presença de comorbidades.
Métodos: revisão abrangente, não sistemática da literatura sobre as seguintes questões: a) diferenciação normalidade/presença do transtorno; b) importância clínica do critério de idade de início de prejuízo dos sintomas; c) a fronteira com quadros de transtorno de humor bipolar; d)diretrizes terapêuticas na presença de comorbidades.
Resultados: são apresentadas dicas clínicas para caracterizar o diagnóstico sem aumentar significativamente a proporção de falsos positivos no grupo dos portadores do transtorno, bem como para auxiliar tanto no diagnóstico diferencial com THB quanto no manejo farmacológico do transtorno na presença de comorbidades.
Equipe: Gerusa Córdova e Susana Rebouças
]

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Autismo e Estratégia de Enfrentamento

Tema do Projeto:A Busca da Rede de Apoio como Estratégia de Enfrentamento para os Pais de Crianças Portadoras de Autismo.




Dinâmica Familiar de Crianças Autistas.


Maria Helena S. Sprovieri e
Francisco B. Assumpção Jr.


Este artigo faz uma avaliação da dinâmica familiar de 45 famílias, sendo 15 famílias de autistas; 15 de portadores da síndrome de Down e 15 de filhos saudáveis. O objetivo foi realizar uma análise comparativa entre essas famílias.Para a avaliação da dinâmica familiar foi utilizada uma entrevista familiar estruturada, instrumento que possibilita a análise e quantificação das categorias comunicação, regras, pápeis, liderança, conflitos, manifestação de agressividade, afeição física, individualização, integração, auto-estima, interação conjugal e interação familiar facilitadora de saúde emocional de seus membros, tomanado-se como família o núcleo constituído por pais e irmãos.A amostra foi variada quanto a procedência e nível sócio-econômico.
A partir da análise dos dados foi possível observar que as famílias de crianças autistas são significativamente menos facilitadoras de sáude emocional que famílias com crianças assintomáticas, foi observado que nas famílias de autistas a comunicação é pouco clara e também menos investida de carga emocional adequada, que a liderança exercida, principalmente pela mãe, é fixa e autocrática, além disso há pouco espaço para a expressão da agressividade e afeição física, pouca individuação dos membros e a integração é comprometida. A família é profundamente afetada pela ocorrência de uma doença crônica em um de seus membros e embora ela tenha como função mediar a tensão de seus membros, um nível de tensão prolongada pode destruir sua capacidade de funcionar como anteparo para eles.
Uma das características da problemática dos autistas é a dificuldade na interação social, que pode ser visualizada pela inabilidade de relacionar-se com o outro, característica que traz problemas de conduta. Este fator reflete-se no ambiente familiar, desorganizando-o e impedindo -o de ultrapassar de modo satisfatório suas fases evolutivas. Dessa forma, a família passa a viver
em função do doente e de suas exigências, por sua dificuldade em adquirir autonomia e pela dependência permanente.Este estudo traz uma hierarquia das categorias mais afetadas nas famílias das criança autistas a primeira delas é a auto-estima ( um filho com doença crônica desvaloriza a família, fato agravado pela depreciação que a sociedade apresenta a crianças deficiêntes), seguida de integração ( já que a posição ocupada pelas pessoas que apresentam algum tipo de deficiência é semelhante a dos grupos étnicos menos privilegiados) em terceira posição a individualização, pois os pais de deficiêntes sofrem restrições em todos os setores da vida e por último a interação conjugal.



GRUPO:Ana Thereza Martins, Isable Plácido,Lhaís Alves, Nelma Oliveira e Sérgio Sampaio.

As implicações psicossociais da revelação diagnóstica na perspectiva dos pacientes com HIV/AIDS e dos profissionais de saúde.

TEMA DO PROJETO: As implicações psicossociais da revelação diagnóstica na perspectiva dos pacientes com HIV/AIDS e dos profissionais de saúde.
ARTIGO:
Araújo, Maria Alix Leite, Farias, Francisca Lucélia Ribeiro de e Rodrigues, Alanna Virgínia Brito Aconselhamento pós-teste anti-HIV: análise à luz de uma teoria humanística de Enfermagem. Esc. Anna Nery, Dez 2006, vol.10, no.3, p.425-431. ISSN 1414-8145

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), denominada como a mais recente pandemia da humanidade, constitui-se hoje um dos mais sérios problemas mundiais de saúde pública. Hoje existem no mundo cerca de 23 milhões de pessoas infectadas pelo HIV, das quais aproximadamente 40% são mulheres, caracterizando o que foi denominado de feminização da epidemia. Como conseqüência, ocorreu um aumento de casos de AIDS em crianças, ocasionado especialmente pela transmissão vertical (TV), ou seja, a transmissão do vírus para o bebê durante a gestação, o parto ou aleitamento materno. Com o objetivo de reduzir as taxas de transmissão vertical do HIV, o Brasil adotou a como política pública o oferecimento do teste anti-HIV a todas as gestantes durante o acompanhamento pré-natal. O aconselhamento no pré-natal configura-se em um diálogo que visa a estabelecer uma relação de confiança entre os interlocutores e a oferecer à gestante condições para que avalie sua condição de vulnerabilidade e riscos pessoais de portar o HIV, tome decisões e encontre maneiras realistas, ou seja, maneiras viáveis de enfrentar seus problemas relacionados às DST/HIV/AIDS. Visando a contribuir para a melhoria da assistência profissional às gestantes no pré-natal, esta pesquisa tem como objetivo conhecer como os profissionais de enfermagem desenvolvem o processo de aconselhamento pós-teste anti-HIV para mulheres grávidas. Trata-se de um estudo qualitativo desenvolvido em Unidades Básicas de Saúde da Família de Fortaleza (UBASF). O trabalho de campo ocorreu pela observação do atendimento de 12 enfermeiros em consultas de pré-natal de 12 gestantes. O referencial teórico de análise foi a Teoria Humanística de Enfermagem de Paterson e Zderad visto que a Enfermagem, segundo a teoria, implica um tipo especial de encontro entre seres humanos. A análise baseou-se no conceito de diálogo, tendo como variáveis seus elementos estruturais: o encontro, o relacionamento, a presença e o chamado e a resposta. Observou-se que a assistência às gestantes não atingiu o relacionamento EU-TU, ou seja, o relacionamento sujeito-sujeito, com a presença do diálogo genuíno. Prevaleceu o relacionamento EU-ISSO, sujeito-objeto, onde as gestantes eram reduzidas a casos clínicos, sem capacidade de tomar decisões favoráveis a sua saúde. As consultas eram rápidas e puramente mecânicas, levando esses profissionais, em certos momentos, a fugirem de uma assistência humanizada. O estudo levanta a necessidade de se repensarem as práticas educativas desenvolvidas pelos enfermeiros nas UBASF, visando a elaborações de abordagens inovadoras e estratégias a serem implantadas pelos profissionais que atuam na assistência integral à saúde da mulher nos serviços de saúde.
O artigo levanta um tema bastante relevante, mas sentimos falta de uma descrição mais aprofundada do aconselhamento pós-teste anti-HIV, que é o nosso tema de interesse. Achamos que seria relevante informar quantos dos 12 casos observados se referiam à revelação diagnóstica, e se nesta situação houve diferença de comportamento por parte dos enfermeiros. Acreditamos que as conclusões da pesquisa estão muito mais relacionadas ao tratamento desumanizado que alguns profissionais de saúde oferecem aos pacientes de uma forma geral, do que à análise de uma situação específica de aconselhamento e revelação diagnóstica.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Tema do Projeto: Como é percebida a apropriação privada de ruas públicas de Salvador pelos seus próprios moradores.

Equipe: Amanda Almeida e Valcleiton.

Artigo:

ARQUITETURA DA VIOLÊNCIA: OS CUSTOS SOCIAIS DA SEGURANÇA PRIVADA
Sônia Maria Tadez Ferraz
Camila Bezerra Furloni
Camila Siqueira Madeira
Fabiana de Matos Carvalho Cabral

Resumo:

O objetivo das autoras do artigo é apresentar os resultados sobre mudanças formais e funcionais realizadas na arquitetura residencial de alta renda, sob o pretexto da busca por proteção e segurança, e conseqüentemente avaliar o crescimento da violência nos grandes centros urbanos brasileiros e o seu desdobramento em custos sociais da segurança privada.
É principalmente nos bairros de alta renda que se verifica a subtração do direito coletivo ao espaço público, através da implantação de equipamentos de proteção patrimonial, além da contratação de segunraça privada para áreas cuja proteção deveria ser realizada pelo poder público. Essas intervenções fazem emergir o significado simbólico tanto do poder de classe quanto do pânico decorrente do crescimento da violência no país.
Na região sudeste, os crimes contra o patrimônio são os que mais crescem de acordo com as estatísticas oficiais e da mídia. Assim, em virtude do medo, as pessoas mudam as suas práticas sociais a fim de se prevenir, e a segurança se torna um bem essencial. Na medida em que o Estado não pode garanti-la, crescem a demanda e os preços da segurança privada.
Outra conseqüência desse medo excessivo são as neuroses e a desconfiança com o Outro, que têm freqüentemente progredido para a chamada "doença do pânico".
As classes sociais de alta renda são efetivamente aquelas que podem suprir a necessidade de prover sua própria segurança privada, alimentando um mercado que está em constante crescimento. Essas estratégias de proteção redesenham a arquitetura, as cidades e repercutem na vida do cidadão.
A transgressão que passa pela apropriação dos espaços públicos se dá pela infração às leis de uso do solo e código de posturas, desconsiderando o direito coletivo. Para garantir a proteção patrimonial/residencial contra a violência, moradores e proprietários avançam ilegalmente os limites de seus lotes sobre esses espaços, privatizando-os.
Deste modo, guaritas, cancelas, obstáculos e cabinas de segurança são instaladas em vias cujo direito de uso e livre acesso é destinado a qualquer cidadão.
O fechamento de ruas e/ou quarteirões com grades, portões e guaritas, privatizando-os, suprimindo as faixas obrigatórias para o trânsito de pedestres, formando falsos “condomínios particulares”, sem qualquer aviso legível referente à natureza pública dos logradouros, como manda a lei, são novos e numerosos exemplos de apropriação dos espaços públicos em benefício privado. Tal desrespeito tem sido flagrante e freqüente e acaba “legalizado” tanto pela naturalização dada pela repetição, como pela consesualidade.
A construção ou implantação das guaritas são custeadas privadamente, por moradores da área, para servirem de vigia e controle em esquinas ou ruas sem saída. Quando entram em desuso, por diversas razões, são normalmente abandonadas, desaparecendo neste momento o senso de coletividade, e os custos de sua retirada ou demolição são deixados para o poder público, para ser pago com recursos recolhidos através dos impostos dos milhares de contribuintes que, em nenhum momento se beneficiaram do equipamento. Configura-se aqui um benefício privado que se dá através de um custo social financeiro e contribui para aumentar a concentração de investimentos públicos nas áreas nobres, onde esses eventos têm sido mais constantes.
Contraditoriamente, quando abandonadas as guaritas podem ser novo foco de perigo os mesmos moradores, podendo então funcionar como esconderijo ou abrigo para a própria população que deveria, a critério dos mesmos moradores, ser vigiada através delas.
Todas as estratégias físicas de proteção são ainda ampliadas pela contratação de vigilantes particulares o que têm se transformado em verdadeiros pesadelos, como conseqüência da falta de qualificação e credenciamento para a atividade. A agressividade e o arbítrio com que agem os torna mais uma ameaça aos cidadãos, do que uma certeza de proteção e tranquilidade. Hoje as calçadas são ocupadas por um bom número de vigilantes que têm contribuído para o cerceamento do livre trânsito nos espaços públicos das cidades. As calçadas passam a ser protegidas para o uso exclusivos dos seus contratantes, desestimulando a livre circulação de tantos outros moradores das cidades.
A incorporação desses elementos de fechamento e isolamento na arquitetura residencial traz a idéia e a noção de um determinado estilo de vida das elites. É o estilo que exclui a relação entre público e privado e a convivência com aqueles que são considerados diferentes.

l

ARTIGO: A Educação Popular na Atenção Básica à Saúde no Município: em Busca da Integralidade.

TEMA: Integralidade e Educação Popular em Saúde: Mecanismos Utilizados pelos Profissionais na Condução da Assistência Sexual e Reprodutiva da Mulher em um Posto de Saúde de Salvador

Equipe: Ana Paula Plantier, Daniela Miranda, Karina Neville, Roberta Reis, Uila Neri.

ALBUQUERQUE, P. C.; STOTZ, E. N. Popular education in primary care: in search of comprehensive health care, Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.8, n.15, p.259-74, mar/ago 2004

O artigo em questão discute a definição de uma política municipal de educação em saúde, embasada na educação popular, e atendendo os princípios da universalidade, equidade e integralidade.
Dessa forma, o objetivo do trabalho é de analisar e discutir como uma gestão municipal, partindo da diretriz da integralidade, pode atuar na institucionalização das ações de educação em saúde, tendo em vista a educação popular, na área de atenção básica à saúde, particularmente no modelo baseado no PSF (Programa de Saúde da Família).
O artigo foi elaborado a partir de uma tese de doutorado, do mesmo autor (“A Educação Popular em Saúde no Município do Recife-PE”), de outubro de 2003 e baseou-se em revisão bibliográfica e análise documental. A revisão bibliográfica abarcou as bases de dados Lilacs e Medline, entre 1991 e 2001, através do unitermos: educação popular, integralidade, saúde comunitária e medicina comunitária. Na análise documental foram utilizados dados da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, da Secretaria Municipal de Saúde do Recife, além da Rede de Educação Popular e Saúde (RedeEdpop) e do Ministério da Saúde.
Inicialmente, o autor realiza alguns apontamentos, à luz da literatura, a respeito da integralidade, afirmando-a como uma das diretrizes do sistema único de saúde, considerando essencialmente a integração das modalidades assistência e prevenção no setor de saúde, e ressaltando-a como diretriz também do PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher). O autor aponta um consenso entre os autores no que diz respeito à relevância de incorporar a noção de cidadania e englobar as dimensões individuais e coletivas no conceito de integralidade.
No que se refere à educação em saúde no SUS, o autor apontou a falta de referências consistentes e explícitas em relação à educação em saúde, como sendo reflexo de uma dificuldade desta ser considerada como um meio para garantir melhores condições de saúde. Ele aponta uma discrepância teórico-prática, com a formulação de medidas em referências ao Ministério da saúde, mas no entanto, uma marginalidade da efetiva implementação dessa educação na prática. No entanto, ele refere-se ao Seminário de Promoção da Saúde e Educação Popular, (Unb, 2000), no que diz respeito à ênfase que o agir educativo em saúde deve ter nas práticas de saúde enquanto práticas sociais.
O autor se refere a Paulo Freire como um dos fomentadores da discussão da questão da educação popular, nas suas argumentações de que a educação é um instrumento de libertação, conscientização e transformação. Outros autores discursam em consonância com essa idéia, afirmando que a educação popular representa uma ruptura com a tradição autoritária e normatizadora da educação em saúde.
Em seguida, o autor elenca algumas experiências positivas com a educação popular em saúde encontrados na literatura, que consistem na realização de oficinas, rádio comunitária, teatro de rua e de bonecos, práticas alternativas em saúde, práticas grupais, oficinas problematizadoras no que diz respeito à saúde da mulher, entre outros. No entanto, um ponto comum é que essas formas de prática em educação popular estão ligadas à valorização e à construção da participação popular.
O autor também aponta especificamente, uma proposta de educação popular em saúde no Recife, na qual pôde-se verificar que uma visão mais integral no atendimento em saúde depende de fatores da participação popular dos indivíduos no setor da saúde, como transcendendo essa relação, levando em conta a vida comunitária dos sujeitos, por exemplo.
O autor conclui que a educação popular, além de reforçar a participação social, reforça também a conscientização dos indivíduos sobre suas próprias condições. Por outro lado, a educação popular pode ser vista como agente contribuinte para que as equipes de saúde incorporem novas práticas, visando à integralidade. Acima de tudo, o autor afirma, em consonância com Vasconcelos (2003), que a educação popular requer uma reconstrução institucional no setor de saúde.

sábado, 31 de maio de 2008

Resumo: Filosofia e saúde

TEMA DO PROJETO: As relações de poder entre os saberes no cuidado psicopatológico

EQUIPE: André Mattos, Felipe Lobo, Victor Martins

ARTIGO:

Martins, André. Filosofia e saúde: métodos genealógico e filosófico-conceitual. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):950-958, 2004.

O artigo propõe duas metodologias filosóficas a serem utilizadas no campo da saúde coletiva – a genealogia e o método filosófico-conceitual –, que inserem a filosofia no campo em seu papel questionador de conceitos e práticas. O autor introduz o artigo falando sobre como a filosofia teve um papel fundante na área da saúde coletiva no Brasil, quanto às suas teorias, que constituíram doutrinas e métodos, caracterizando-se, entretanto, como ideologias, limitando seu campo e prática, e esquecendo a filosofia propriamente, em seu papel crítico questionador.
As filosofias de Espinosa e Nietzsche tomam destaque aqui, por não dissociarem o corpo da alma e enfatizarem a concepção da filosofia como ‘medicina da alma’, traçando na área da saúde a implicação entre ambiente, afetos e pensamento. O pensamento de Espinosa influencia Nietzsche na constituição da genealogia, um dos métodos que aqui nos interessa, que implica numa investigação de causas, de modo que não se considera que estar-se-á conhecendo essas causas, num sentido cartesiano, mas encontrando explicações por questões afetivas.
A genealogia constituída por Nietzsche é um método de desconstrução de valores e verdades, os quais se mostram como ficções que escondem suas intenções reais, se colocam como transcendentes, superiores a este mundo, enquanto escondem suas razões afetivas, políticas etc. Ligada a uma ‘medicina da alma’, a genealogia vem diagnosticar sintomas de negação da vida, que muitas vezes se escondem sob uma vontade de verdade, enquanto, para Nietzsche, ‘o único valor real é a potência de vida, a aprovação da vida e sua transformação para potencializá-la’. A desconstrução genealógica, ao denunciar os afetos implicados nas origens onde antes se buscavam essências, ou algo intocável, abre espaço para a criação de novos conceitos, ou atualização dos conceitos como instrumentos filosófico-conceituais para se pensar os problemas contemporâneos.
A metodologia da criação filosófico-conceitual, portanto, deve ser utilizada para pensar os problemas da área da saúde coletiva, por exemplo, de modo a atualizar os conceitos, que foram criados diante de problemas diferentes. A renovação dos conceitos, portanto, nos permite abordar os atuais problemas teóricos e práticos da área da saúde mental por diferentes modos de ver o mundo, uma vez que a genealogia tenha denunciado que a cristalização dos antigos conceitos é injustificada, assim como certas práticas que neles se fundamentam.
O autor então delega à filosofia, no âmbito da saúde, três funções: (i) um trabalho genealógico de “perceber e analisar ‘condições de possibilidade’ paradigmáticas e epistêmicas” das concepções e práticas de saúde no decorrer do tempo; (ii) um trabalho genealógico, semelhante ao anterior, porém voltado para as concepções e práticas individuais, em relação a estas no âmbito mais geral da cultura; e (iii) a elaboração de novos conceitos, visto que os antigos não são absolutos, mas fundados em valores que devem ser renovados, como os interesses de mercado que se superpõem à saúde enquanto ‘capacidade ou potência de agir e de pensar’.
O autor apresenta alguns trabalhos realizados neste sentido. Destacam-se os estudos genealógicos de Foucault sobre a clínica médica, a medicina social, o hospital, a psiquiatria e a doença mental, entre outros; inspirados nestes, Machado e Portocarrero realizaram estudos na área da psiquiatria no Brasil, havendo, também no âmbito nacional, estudos realizados por Martins e Carvalho. Winnicot e Armony também deram passos importantes no caminho da renovação conceitual, mas Canguilhem se destaca com sua crítica à normalidade e à patologia e proposição de um novo conceito de saúde.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Resumo: Qualidade de vida de mulheres com câncer de mama

TEMA DE PESQUISA: Ganhos significativos proporcionados pelas terapias alternativas em pacientes oncológicos.

ARTIGO:
QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA

Délio Marques Conde
Aarão Mendes Pinto-Neto
Ruffo de Freitas Júnior
José Mendes Aldrighi
Rev. Bras. Ginecol. e Obstet. , v.28, n.3, Rio de Janeiro, mar. 2006

Os autores iniciam o artigo informando sobre a grande incidência do câncer de mama no Brasil, tida como a segunda neoplasia maligna que mais atinge as mulheres. Relatam também como a revelação do diagnóstico e seu tratamento podem desestruturar a vida de uma mulher com câncer de mama, determinando repercussões sociais, físicas, emocionais, psicológicas e sexuais. E como esse quadro pode contribuir para uma percepção negativa da qualidade de vida.

O objetivo do artigo foi fazer uma revisão de literatura para verificar os diversos fatores que influenciam na qualidade de vida (QV) de mulheres com câncer de mama, apresentando o estado atual de conhecimento sobre esse tema e discutindo os estudos, tanto nacionais como internacionais, existentes nesse campo. Os autores relatam que é recente a inclusão da QV como parâmetro utilizado na avaliação dos resultados dos tratamentos oncológicos. Durante muito tempo, os principais parâmetros considerados eram a sobrevida livre de doença e a sobrevida global.

Os autores verificaram que na literatura não existe um consenso quanto à definição da QV, por se tratar de um conceito multidimensional e subjetivo. Mas, foram abordadas duas definições: da OMS, que define a QV como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.”; e a utilizada por diversos autores, que entendem a QV como “satisfação geral do indivíduo com a vida e sua percepção pessoal de bem-estar.”

O artigo foi divido em tópicos, analisando separadamente cada fator que exerce influência na QV, sendo eles: a idade do diagnóstico, uso de quimioterapia, tipo de cirurgia, sintomas climatéricos, relacionamento conjugal e sexualidade.

Quanto à idade ao diagnóstico, estudos já existentes demonstraram diferenças no impacto do câncer de mama segundo a faixa etária avaliada. Foi encontrado entre diversos pesquisadores, que mulheres jovens apresentam mais estresse emocional, mais dificuldade de adotar uma atitude positiva em face ao diagnóstico e menor habilidade em conviver com os efeitos adversos do tratamento. Foi relatada a importância do trabalho como um fator que contribui para uma melhora na QV dessas jovens.

Em relação à quimioterapia, os resultados encontrados foram controversos. Em estudo realizado nos Estados Unidos, a QV de mulheres com câncer de mama e com antecedente de quimioterapia foi comparada com a de mulheres sem essa neoplasia. Foi observado que mulheres com câncer de mama obtiveram piores escores de QV. Já nos estudos feitos na França e no Brasil, os resultados foram contraditórios. Na França, não foram encontradas diferenças significativas na QV, enquanto no Brasil, o uso de quimioterapia não foi associado a uma pior QV. Tal divergência pode ser explicada devido às diferenças metodológicas, quanto à amostra, delineamento, instrumentos e grupos de comparação. Um ponto importante, encontrado na literatura, é que o impacto da quimioterapia na QV tende a diminuir ao longo dos anos, o que também explicaria essas diferenças.

Nos tipos de cirurgia, os autores compararam as cirurgias conservadoras com as mutiladoras. Nas conservadoras, verifica-se uma melhor auto-imagem, e uma relação negativa aos aspectos físicos da QV, devido às dores sentidas pelas pacientes submetidas a esse tipo de cirurgia. Porém não foi encontrado impacto negativo na saúde mental. Já nas cirurgias mutiladoras, as mulheres demonstraram uma melhor adaptação psicológica, mas relataram uma maior insatisfação com a auto-imagem e maior estresse emocional. Entretanto, os resultados obtidos nos diversos estudos foram conflitantes, sendo relatados, em algumas pesquisas, que as diferenças entre esses dois tipos de cirurgia não são significativas. A comparação entre esses resultados torna-se difícil devido a utilização de diferentes questionários, e as limitações encontradas nestes, que não contemplam todos os aspectos da QV.

Os sintomas climatéricos, como ondas de calor, sudorese, alterações de humor, secura vaginal, insônia e incontinência urinária, podem comprometer a QV. Entretanto, já existem diversas terapias que amenizam o impacto desses sintomas. Mas a relação dessas terapias com a QV ainda é bastante controversa.

No que diz respeito à sexualidade, foi encontrada na literatura que 20 a 30% das mulheres com câncer de mama desenvolvem disfunções sexuais, tais como: diminuição do desejo sexual, dispareunia, dificuldade ou incapacidade de excitação e de orgasmo. A etiologia dessas disfunções ainda é pouco compreendida, mas há evidências de que são as reações psicológicas ao câncer de mama que servem de base para essas disfunções. Outras variáveis, que também são correlacionadas, são: o antecedente de quimioterapia, secura vaginal, idade e estado menopausal.

Como último fator analisado, o relacionamento conjugal é de fundamental importância na QV das mulheres com câncer de mama. O cônjuge funciona como suporte emocional que a mulher precisa para estar adotando uma atitude positiva e ativa em face ao diagnóstico e tratamento. Verifica-se que mulheres que estão satisfeitas com seus parceiros referem estar bem psicologicamente, ao passo que um relacionamento que esteja associado ao estresse emocional interfere e compromete a QV da mulher com câncer de mama.

Os autores concluem o artigo esclarecendo que, embora os fatores tenham sido abordados separadamente, eles estão constantemente interagindo e contribuindo, em maior ou menor intensidade, para a autopercepção da QV. Sendo que a influência desses fatores na QV é maior nos primeiros anos que se seguem ao diagnóstico e tratamento, período em que é muito importante um maior suporte emocional. Outro aspecto levantado na conclusão do artigo foi a importância de se ter uma maior experiência e familiaridade com terapias alternativas para chegarmos a um conceito de assistência integral à saúde da mulher com câncer, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida dessas mulheres.

A leitura desse artigo foi importante para compreendermos melhor o conceito de qualidade de vida, e saber quais os fatores que estão relacionados mais diretamente com a QV das mulheres com câncer de mama. Já que um dos objetivos do nosso trabalho é identificar a melhora na qualidade de vida das pacientes submetidas a terapias alternativas.


Grupo: Bruna Improta, Elizabeth, Márcia Lisboa e Maria Luiza.