terça-feira, 27 de maio de 2008

Resumo: Qualidade de vida de mulheres com câncer de mama

TEMA DE PESQUISA: Ganhos significativos proporcionados pelas terapias alternativas em pacientes oncológicos.

ARTIGO:
QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA

Délio Marques Conde
Aarão Mendes Pinto-Neto
Ruffo de Freitas Júnior
José Mendes Aldrighi
Rev. Bras. Ginecol. e Obstet. , v.28, n.3, Rio de Janeiro, mar. 2006

Os autores iniciam o artigo informando sobre a grande incidência do câncer de mama no Brasil, tida como a segunda neoplasia maligna que mais atinge as mulheres. Relatam também como a revelação do diagnóstico e seu tratamento podem desestruturar a vida de uma mulher com câncer de mama, determinando repercussões sociais, físicas, emocionais, psicológicas e sexuais. E como esse quadro pode contribuir para uma percepção negativa da qualidade de vida.

O objetivo do artigo foi fazer uma revisão de literatura para verificar os diversos fatores que influenciam na qualidade de vida (QV) de mulheres com câncer de mama, apresentando o estado atual de conhecimento sobre esse tema e discutindo os estudos, tanto nacionais como internacionais, existentes nesse campo. Os autores relatam que é recente a inclusão da QV como parâmetro utilizado na avaliação dos resultados dos tratamentos oncológicos. Durante muito tempo, os principais parâmetros considerados eram a sobrevida livre de doença e a sobrevida global.

Os autores verificaram que na literatura não existe um consenso quanto à definição da QV, por se tratar de um conceito multidimensional e subjetivo. Mas, foram abordadas duas definições: da OMS, que define a QV como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.”; e a utilizada por diversos autores, que entendem a QV como “satisfação geral do indivíduo com a vida e sua percepção pessoal de bem-estar.”

O artigo foi divido em tópicos, analisando separadamente cada fator que exerce influência na QV, sendo eles: a idade do diagnóstico, uso de quimioterapia, tipo de cirurgia, sintomas climatéricos, relacionamento conjugal e sexualidade.

Quanto à idade ao diagnóstico, estudos já existentes demonstraram diferenças no impacto do câncer de mama segundo a faixa etária avaliada. Foi encontrado entre diversos pesquisadores, que mulheres jovens apresentam mais estresse emocional, mais dificuldade de adotar uma atitude positiva em face ao diagnóstico e menor habilidade em conviver com os efeitos adversos do tratamento. Foi relatada a importância do trabalho como um fator que contribui para uma melhora na QV dessas jovens.

Em relação à quimioterapia, os resultados encontrados foram controversos. Em estudo realizado nos Estados Unidos, a QV de mulheres com câncer de mama e com antecedente de quimioterapia foi comparada com a de mulheres sem essa neoplasia. Foi observado que mulheres com câncer de mama obtiveram piores escores de QV. Já nos estudos feitos na França e no Brasil, os resultados foram contraditórios. Na França, não foram encontradas diferenças significativas na QV, enquanto no Brasil, o uso de quimioterapia não foi associado a uma pior QV. Tal divergência pode ser explicada devido às diferenças metodológicas, quanto à amostra, delineamento, instrumentos e grupos de comparação. Um ponto importante, encontrado na literatura, é que o impacto da quimioterapia na QV tende a diminuir ao longo dos anos, o que também explicaria essas diferenças.

Nos tipos de cirurgia, os autores compararam as cirurgias conservadoras com as mutiladoras. Nas conservadoras, verifica-se uma melhor auto-imagem, e uma relação negativa aos aspectos físicos da QV, devido às dores sentidas pelas pacientes submetidas a esse tipo de cirurgia. Porém não foi encontrado impacto negativo na saúde mental. Já nas cirurgias mutiladoras, as mulheres demonstraram uma melhor adaptação psicológica, mas relataram uma maior insatisfação com a auto-imagem e maior estresse emocional. Entretanto, os resultados obtidos nos diversos estudos foram conflitantes, sendo relatados, em algumas pesquisas, que as diferenças entre esses dois tipos de cirurgia não são significativas. A comparação entre esses resultados torna-se difícil devido a utilização de diferentes questionários, e as limitações encontradas nestes, que não contemplam todos os aspectos da QV.

Os sintomas climatéricos, como ondas de calor, sudorese, alterações de humor, secura vaginal, insônia e incontinência urinária, podem comprometer a QV. Entretanto, já existem diversas terapias que amenizam o impacto desses sintomas. Mas a relação dessas terapias com a QV ainda é bastante controversa.

No que diz respeito à sexualidade, foi encontrada na literatura que 20 a 30% das mulheres com câncer de mama desenvolvem disfunções sexuais, tais como: diminuição do desejo sexual, dispareunia, dificuldade ou incapacidade de excitação e de orgasmo. A etiologia dessas disfunções ainda é pouco compreendida, mas há evidências de que são as reações psicológicas ao câncer de mama que servem de base para essas disfunções. Outras variáveis, que também são correlacionadas, são: o antecedente de quimioterapia, secura vaginal, idade e estado menopausal.

Como último fator analisado, o relacionamento conjugal é de fundamental importância na QV das mulheres com câncer de mama. O cônjuge funciona como suporte emocional que a mulher precisa para estar adotando uma atitude positiva e ativa em face ao diagnóstico e tratamento. Verifica-se que mulheres que estão satisfeitas com seus parceiros referem estar bem psicologicamente, ao passo que um relacionamento que esteja associado ao estresse emocional interfere e compromete a QV da mulher com câncer de mama.

Os autores concluem o artigo esclarecendo que, embora os fatores tenham sido abordados separadamente, eles estão constantemente interagindo e contribuindo, em maior ou menor intensidade, para a autopercepção da QV. Sendo que a influência desses fatores na QV é maior nos primeiros anos que se seguem ao diagnóstico e tratamento, período em que é muito importante um maior suporte emocional. Outro aspecto levantado na conclusão do artigo foi a importância de se ter uma maior experiência e familiaridade com terapias alternativas para chegarmos a um conceito de assistência integral à saúde da mulher com câncer, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida dessas mulheres.

A leitura desse artigo foi importante para compreendermos melhor o conceito de qualidade de vida, e saber quais os fatores que estão relacionados mais diretamente com a QV das mulheres com câncer de mama. Já que um dos objetivos do nosso trabalho é identificar a melhora na qualidade de vida das pacientes submetidas a terapias alternativas.


Grupo: Bruna Improta, Elizabeth, Márcia Lisboa e Maria Luiza.

Um comentário:

Suilan Rossiter disse...

Oi meninas,
Muito interessante este resumo, além de bem estruturado. Durante a leitura eu fiquei me perguntando se tinha realmente a ver com o projeto de vocês, mas o comentário final deixou isto bem claro. Parabéns!