Pergunta: Como diferentes formas de tratamento, medicamentoso e psicoterápico, contribuem na adequação social de pacientes com Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) no contexto familiar
Artigo: SOUZA, E M L & INGBERMAN, Y K Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Características, diagnóstico e formas de tratamento. Rev. InterAÇÃO, Curitiba, v.4, p32 a 37, jan/dez, 2000.
Resumo: Segundo suas autoras, o artigo em questão visa fornecer um panorama geral do Transtorno de Déficit de Atenção em relação aos comportamentos que acompanham tal transtorno ou dele decorrem, bem como suas conseqüências para a vida do indivíduo. Trata-se de um estudo descritivo que, empregando um método de revisão bibliográfica, faz uma descrição dos principais comportamentos, formas de diagnóstico e tratamentos associados ao transtorno. Os principais resultados deste estudo são apresentados a seguir:
O TDAHI possui como características nucleares desatenção, hiperatividade e impulsividade. Entretanto, segundo as autoras, existem características adicionais que podem ser encontradas em indivíduos com TDAH, dentre elas a desorganização, problemas de memória, inconsistência e flutuações no comportamento, agressividade, auto-imagem e autoconceito pobres e deficiências na coordenação motora. Podem também estar presentes distúrbios comórbidos como transtornos de humor (depressão) e transtorno de conduta (ou transtorno desafiador de oposição), sendo que este último transtorno teria sua comorbidade descrita em 30 a 50% dos casos, e aumentaria o risco de uso de drogas especialmente em adolescentes.
Quanto ao diagnóstico, seria feito com base em critérios do DSM IV distribuídos em 2 módulo: sintomas de desatenção e de hiperatividade/impulsividade. Para avaliação dos sintomas, é necessário que se avalie a história do sujeito a partir de informações c/ pais, professores e c/ a própria criança. Segundo as autoras, cabe avaliar ainda todo contexto do qual a criança hiperativa faz parte, pois muitas vezes o diagnóstico vem apenas refletir um padrão disfuncional de relações em toda uma família ou em todo um grupo. Assim, uma vez satisfeitas características para realizar o diagnóstico, o profissional não deve, contudo, acomodar-se e deixar de avaliar todas as relações da criança, já que estas podem estar envolvidas diretamente coma a criação ou manutenção do problema. Sendo assim, segundo as autoras, de maneira alguma se deve considerar que só a medicação basta p/ tratar o comportamento hiperativo, pois este pode estar expressando um conjunto de situações sobre as quais é preciso atuar.
Sobre formas de tratamento, apontam como tratamento mais eficaz o que envolve a combinação de medicamento e psicoterapia. As medicações mais utilizadas são os psicoestimulantes que melhoram a atenção e diminuem a atividade e impulsividade na maioria das crianças c/ TDAHI; Já a psicoterapia combinada pode levar à redução da dosagem de medicação (o estudo não especifica outras contribuições da psicoterapia), as intervenções psicoterápicas comportamentais podem seguir pressupostos teóricos cognitivistas, ou basearem-se na Análise Comportamental ou em ambos. Salientam também o papel no tratamento do apoio e compreensão da família e das pessoas que mais convivem com a criança. Para as autoras é essencial que a seleção de estratégias para tratamento se baseie em cada criança individualmente, pois cada uma apresenta respostas próprias ao tratamento; conforme os sintomas da criança e os ambientes nos quais convive, as intervenções podem ser incluídas em casa, na escola e em ambientes na comunidade. Neste caso, o terapeuta deve orientar pais, professores e até colegas.
Equipe: Gerusa Córdova e Susana Rebouças
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3 comentários:
Oi, achei legalzinho o artigo de vocês, principalmente quando as autoras alertam para a necessidade de compreensão e intervenção global do TDAH por parte dos profissionais (levando em consideração a relação da criança com pessoas do seu convívio social). Também é legal quando elas dizem que cada criança é diferente e logicamente, suas interações sociais e respostas a tratamentos também serão, portanto, os profissionais devem levar isso em conta também. Estas idéias são aparentemente clichês, mas sabemos que na vida real certos profissionais conduzem seus tratamentos de forma totalmente contrária às noções básicas de conhecimento; é por isso que a reflexão deste artigo se faz importante.
Interessante este artigo, principalmente comparando-o ao primeiro resumo, que possuía aquele viés medicamentoso. Assim como Isabele, achei muito bom o enfoque amplo,mais equilibrado, de certa forma. Melhor ainda, porque além de dar uma visão geral,aborda também o tratamento com suas formas de intervenção combinadas. Pode até ser considerado clichê, mas eu não achei simplista, achei bastante válido, inclusive quando trata do diagnóstico, o tratamento, dando uma atenção especial ao papel da família nesse contexto, bem como variados outros tipos de relações e ambientes.
Muito interessante o artigo que vocês escolheram. O resumo está bem estruturado, sintético. Consegui observar todos os elementos importantes. Gostei muito do enfoque das autoras, como acentuado por Bele e Dani, na importância de considerar cada criança individualmente, para só então empreender uma tentativa de seleção da melhor estratégia de tratamento, tendo em vista os sintomas de cada sujeito e o seu ambiente, o que sugere um trabalho conjunto com a família, a escola e pessoas mais próximas.
Boa sorte nesta última etapa, meninas!
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