sábado, 10 de maio de 2008

PERGUNTA: Como diferentes formas de tratamento, psicoterápico ou medicamentoso, contribuem na adequação social de pacientes com Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) em seu contexto familiar.

ARTIGO: ROHDE, Luis A.; HALPERN Ricardo. Transtorno de déficit de atenção / hiperatividade: atualização. Jornal de Pediatria(Rio J.) v.80 n.2 supl.0 Porto Alegre abr. 2004.


RESUMO: Rohde e Halpern(2004), em seu artigo Transtorno de déficit de atenção / hiperatividade: atualização, realizam uma revisão, para o pediatra clínico, dos principais aspectos do histórico, epidemiologia, etiologia, neurobiologia, quadro clínico, comorbidades, diagnóstico, evolução e tratamento do transtorno TDAH. Quanto ao método de coleta de dados usado, trata-se de uma revisão abrangente, não-sistemática, da literatura sobre o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, realizada com base em 68 artigos sobre o tema. Os principais resultados desta revisão são organizados e distribuídos nas categorias de estudo citadas. Em uma síntese dos resultados encontrados, os autores destacam: O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é de base neurobiológica, com alta prevalência em crianças e adolescentes; o tratamento é bastante eficaz, envolvendo uso de medicação na maioria dos casos. Com base nestes dados, concluem que o pediatra está numa posição privilegiada para a detecção precoce do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade em crianças e adolescentes e para o manejo inicial dos casos menos graves e não complicados pela presença de extensa comorbidade.
Consideramos que, por se tratar de uma revisão voltada para orientar atuação do pediatra clínico, o estudo citado se baseie numa abordagem do tema mais voltada p/ a as áreas biológicas, enfocando, inclusive na síntese dos dados, a origem neurobiológica ou um tratamento medicamentoso do transtorno do TDAH.
Entretanto, consideramos que há uma série de outros aspectos apresentados ao longo da estrutura deste artigo de revisão que são igualmente relevantes e que vão além deste enfoque biológico. Selecionamos alguns tópicos que consideramos mais relevantes, para o nosso estudo em particular, apresentamos a seguir:
Sobre Etiologia, autores consideram que apesar do grande número de estudos já realizados, as causas precisas do TDAH ainda não são conhecidas. Entretanto, a influência de fatores genéticos e ambientais no seu desenvolvimento é amplamente aceita na literatura. Em relação aos fatores ambientais, ou agentes psicossociais, consideram que estes parecem ter participação importante no surgimento e manutenção da doença, pelo menos em alguns casos, e citam, como evidência, os estudos de Biederman et al(1995) que teria encontrado uma associação positiva entre algumas adversidades psicossociais e o TDAH.

Sobre Diagnóstico, a desatenção, hiperatividade e impulsividade é apresentada como tríade sintomatológica clássica da síndrome, sendo que, para o diagnóstico do TDAH, é sempre necessário contextualizar os sintomas na história de vida da criança e verificar graus de duração, freqüência, intensidade, persistência e prejuízo na vida da criança.

Em relação aos Tratamentos, autores primeiramente afirmam que o tratamento do TDAH envolve uma abordagem múltipla, englobando intervenções psicossociais e psicofarmacológicas. No âmbito das intervenções psicossocias, Rohde e Halpern(2004) afirmam que a modalidade psicoterápica mais estudada e com maior evidência científica de eficácia para os sintomas centrais do transtorno, bem como para o manejo de sintomas comportamentais comumente associados é a cognitivo-comportamental, especialmente os tratamentos comportamentais. Sendo que, dentre os tratamentos comportamentais, o treinamento parental parece ser a modalidade mais eficaz.

Os autores destacam, então, um estudo comparando diferentes formas de tratamento do TDAH, estudo este realizado pelo MTA Cooperative Group (1999), cujos resultados demonstrariam claramente uma eficácia superior da medicação nos sintomas centrais do transtorno quando comparada à abordagem psicoterápica e ao tratamento comunitário e que a abordagem combinada não resultaria em eficácia maior nos sintomas centrais do transtorno quando comparada à abordagem apenas medicamentosa.

Integrantes: Gerusa Cordova, Susana Rebouças

3 comentários:

Suilan Rossiter disse...

Oi meninas. O artigo é bem interessante e pertinente ao tema do projeto de vocês. Acho, porém, que o resumo ficou um pouco longo. Tive a impressão que no primeiro parágrafo vocês já haviam cumprido a tarefa proposta, de resumir o artigo. Ali estavam reunidos, de forma concisa, o objetivo, o método, os resultados, e a conclusão do estudo. Um abraço.

Ernani França disse...

Esse estudo me pareceu tendencioso (concordo com as meninas), ao afirmar que a origem do TDAH é neurobiológica e sugerir o uso de medicamentos como forma bastante eficaz de tratamento, apoiados apenas na revisão de literatura. Como os próprios autores afirmam, têm que ser feitas mais pesquisas para investigar as origens do TDAH, e talvez o aparato neurobiológico leve à predisposição do mesmo, sem ser um fator de causa direta. Além disso, o uso de medicamentos deveria ser investigado isoladamente do seu uso aliado a psicoterapias ou mesmo o uso destas isoladamente do uso de medicamentos para se avaliar a eficácia de ambos, apesar do estudo do MTA Cooperative Group.

Daniela Seifarth disse...

Gerusa e Susana, acho que é muito interessante a utilização deste artigo para o trabalho de vocês, pois sendo uma revisão de literatura dá uma visão geral do fenômeno, inclusive enfocando o tratamento. Quanto a esta parte, concordo com Ernani,pois apesar dos autores afirmarem que são necessários estudos na área, assumem esse viés medicamentoso. Mas acho que vocês podem usar isso a seu favor no projeto, mostrando a carência de pesquisas mais apuradas, com amostras mais significativas, e por fim, resultados menos imparciais.!