Título: Azevedo, Regina Lígia W; Fonseca, Aline F; Coutinho, Maria da Penha L; Saldanha, Ana Alayde W. Representações sociais da adolescente feminina acerca da sexualidade em tempo de aids. DST j. bras. doencas sex. transm. v.18 n.3 p.204-210, 2006.
Os autores do artigo tiveram como objetivo verificar as representações sociais da sexualidade e da aids compartilhadas por adolescentes do gênero feminino de uma escola pública e privada.
O estudo foi realizado em duas escolas de João Pessoa / PB, com a amostra de 110 adolescentes sendo 50 de escola pública e 60 de escola privada com a idade entre 12 e 19 anos. Como instrumento da pesquisa, foi utilizada a Técnica de Associação Livre de palavras. As palavras utilizadas como estímulos foram: eu mesmo, adolescência, sexualidade, aids e prevenção. Para análise dos dados, estes foram processados através do software Tri-Deux-Mots que permite a verificação gráfica das variáveis fixas (idade e tipo de escola) e variáveis de opinião (crenças, estereótipos). Esses dados foram processados pela Análise Fatorial de Correspondência (AFC) que destaca eixos que explicam as modalidades de respostas mostrando os conteúdos apreendidos nos discursos das adolescentes diante dos estímulos indutores.
Na análise dos resultados na evocação das palavras eu mesma as adolescentes tanto da escola pública como privada apresentaram uma auto- estima elevada e as mais velhas se representaram como mais autoconfiantes do que as mais jovens. Em relação ao estímulo indutor adolescência, as adolescentes das duas escolas emergiram palavras relacionadas a risco o que conclui uma vulnerabilidade social, quanto a idade as mais velhas apresentaram um amadurecimento maior do que as mais jovens. No estímulo indutor sexualidade as adolescentes da escola pública demonstraram maior preocupação com a gravidez o que foi ausente na representação das estudantes da escola privada, já em relação a idade as mais velhas demonstraram maior responsabilidade e maturidade para lidar com o tema. Na evocação da palavra aids as adolescentes da escola pública demonstraram ter mais informação sobre prevenção e as conseqüências da aids, quanto a idade a mais jovens representaram a aids como algo ruim o que não foi significativamente diferente das mais velhas. Na evocação da palavra prevenção todas as adolescentes representaram como algo positivo e certo. Em relação as variáveis de opinião demonstraram a importância e a necessidade de prevenção das DST/aids, tendo como segurança a camisinha para preservação da saúde, além disso, o conhecimento do senso comum, dessas jovens, intercalam com o instruído podendo ser observadas contradições, similaridades, cognição, afeição, emoção, racionalidades como condições que estão presentes no cotidiano das adolescentes que pode torná-las vulneráveis.
De acordo com o estudo, os autores ressaltam a importância de compreender alta incidência dos casos de aids entre as adolescentes como um fato de grande relevância social que está relacionado aos aspectos psicológico, socioeconômicos e culturais, que podem interferir de forma consistente na vulnerabilidade á infecção pelo HIV.
Equipe : Andayê Sant'Anna, Alexandre, Jamile Roriz, Leonardo