Feliz São João, galera!!!
Ótimas férias para vocês!!!
Vamos marcar para nos vermos nessas férias!!!
E para quem vai sumir, próximo semestre estamos aí de novo!!
Bjão!!!
Malu.
(Adorei fazer essa postagem! ;)
quinta-feira, 19 de junho de 2008
segunda-feira, 9 de junho de 2008
TDAH e Diferentes Formas de Tratamento
Tema: TDAH e diferentes formas de tratamento
Artigo: Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade na infância e na adolescência: considerações clínicas e terapêuticas. Rev. psiquiatr. clín. v.31 n.3, São Paulo, 2004
(Luis Augusto Rodhe; Euripedes Constantino Miguel Filho; Lúcia Benetti;Carolina Gallois; Christian Kieling)
Resumo: Embora certamente bastante subdiagnosticado na nossa população, o TDAH vem sendo alvo de crescente interesse da comunidade de professores, de profissionais da área de saúde e da própria mídia.Em alguns dos poucos ambulatórios especializados no País, já não é infrequente a chegada de crianças e adolescentes com o diagnóstico erroneamente firmado.Embora várias razões possam ser discutidas para explicar essa situação,é importante que o psiquiatra que lida com crianças e adolescentes possa estar atento ao fato de que tanto a capacidade atencional quanto a de controle motor são variáveis dimensionais na população.
Levy et al.(1997) documentaram, num estudo pioneiro com uma amostra de 1.938 famílias australianas de gêmeos,que a herdabilidade dos sintomas de desatenção e hiperatividade era similar entre várias definições de TDAH(como uma entidade contínua ou discreta a partir de diferentes pontos de corte).Assim, o transtorno pareceria melhor entendido como o extremo de um comportamento que varia geneticamente na população como um todo, ao invés de uma entidade dicotômica.Portanto, tratando-se de algo dimensional na população,é de se esperar que o clínico tenha maiores dificuldades de estabelecer onde colocar o ponto de corte.
O objetivo deste resumo é orientar o psiquiatra sobre alguns dilemas clínicos e terapêuticos frequentemente encontrados no tratamento desses pacientes.Assim, as seguintes questões são abordadas: a) a diferenciação com a normalidade(a questão da desatenção e do descontrole motor como um conceito dimensional na população); b) a idade de início de prejuízo dos sintomas; c) a fronteira com quadros de transtorno de humor bipolar; d) as diretrizes terapêuticas na presença de comorbidades.
Métodos: revisão abrangente, não sistemática da literatura sobre as seguintes questões: a) diferenciação normalidade/presença do transtorno; b) importância clínica do critério de idade de início de prejuízo dos sintomas; c) a fronteira com quadros de transtorno de humor bipolar; d)diretrizes terapêuticas na presença de comorbidades.
Resultados: são apresentadas dicas clínicas para caracterizar o diagnóstico sem aumentar significativamente a proporção de falsos positivos no grupo dos portadores do transtorno, bem como para auxiliar tanto no diagnóstico diferencial com THB quanto no manejo farmacológico do transtorno na presença de comorbidades.
Equipe: Gerusa Córdova e Susana Rebouças
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Artigo: Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade na infância e na adolescência: considerações clínicas e terapêuticas. Rev. psiquiatr. clín. v.31 n.3, São Paulo, 2004
(Luis Augusto Rodhe; Euripedes Constantino Miguel Filho; Lúcia Benetti;Carolina Gallois; Christian Kieling)
Resumo: Embora certamente bastante subdiagnosticado na nossa população, o TDAH vem sendo alvo de crescente interesse da comunidade de professores, de profissionais da área de saúde e da própria mídia.Em alguns dos poucos ambulatórios especializados no País, já não é infrequente a chegada de crianças e adolescentes com o diagnóstico erroneamente firmado.Embora várias razões possam ser discutidas para explicar essa situação,é importante que o psiquiatra que lida com crianças e adolescentes possa estar atento ao fato de que tanto a capacidade atencional quanto a de controle motor são variáveis dimensionais na população.
Levy et al.(1997) documentaram, num estudo pioneiro com uma amostra de 1.938 famílias australianas de gêmeos,que a herdabilidade dos sintomas de desatenção e hiperatividade era similar entre várias definições de TDAH(como uma entidade contínua ou discreta a partir de diferentes pontos de corte).Assim, o transtorno pareceria melhor entendido como o extremo de um comportamento que varia geneticamente na população como um todo, ao invés de uma entidade dicotômica.Portanto, tratando-se de algo dimensional na população,é de se esperar que o clínico tenha maiores dificuldades de estabelecer onde colocar o ponto de corte.
O objetivo deste resumo é orientar o psiquiatra sobre alguns dilemas clínicos e terapêuticos frequentemente encontrados no tratamento desses pacientes.Assim, as seguintes questões são abordadas: a) a diferenciação com a normalidade(a questão da desatenção e do descontrole motor como um conceito dimensional na população); b) a idade de início de prejuízo dos sintomas; c) a fronteira com quadros de transtorno de humor bipolar; d) as diretrizes terapêuticas na presença de comorbidades.
Métodos: revisão abrangente, não sistemática da literatura sobre as seguintes questões: a) diferenciação normalidade/presença do transtorno; b) importância clínica do critério de idade de início de prejuízo dos sintomas; c) a fronteira com quadros de transtorno de humor bipolar; d)diretrizes terapêuticas na presença de comorbidades.
Resultados: são apresentadas dicas clínicas para caracterizar o diagnóstico sem aumentar significativamente a proporção de falsos positivos no grupo dos portadores do transtorno, bem como para auxiliar tanto no diagnóstico diferencial com THB quanto no manejo farmacológico do transtorno na presença de comorbidades.
Equipe: Gerusa Córdova e Susana Rebouças
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quarta-feira, 4 de junho de 2008
Autismo e Estratégia de Enfrentamento
Tema do Projeto:A Busca da Rede de Apoio como Estratégia de Enfrentamento para os Pais de Crianças Portadoras de Autismo.
Dinâmica Familiar de Crianças Autistas.
Maria Helena S. Sprovieri e
Francisco B. Assumpção Jr.
Este artigo faz uma avaliação da dinâmica familiar de 45 famílias, sendo 15 famílias de autistas; 15 de portadores da síndrome de Down e 15 de filhos saudáveis. O objetivo foi realizar uma análise comparativa entre essas famílias.Para a avaliação da dinâmica familiar foi utilizada uma entrevista familiar estruturada, instrumento que possibilita a análise e quantificação das categorias comunicação, regras, pápeis, liderança, conflitos, manifestação de agressividade, afeição física, individualização, integração, auto-estima, interação conjugal e interação familiar facilitadora de saúde emocional de seus membros, tomanado-se como família o núcleo constituído por pais e irmãos.A amostra foi variada quanto a procedência e nível sócio-econômico.
A partir da análise dos dados foi possível observar que as famílias de crianças autistas são significativamente menos facilitadoras de sáude emocional que famílias com crianças assintomáticas, foi observado que nas famílias de autistas a comunicação é pouco clara e também menos investida de carga emocional adequada, que a liderança exercida, principalmente pela mãe, é fixa e autocrática, além disso há pouco espaço para a expressão da agressividade e afeição física, pouca individuação dos membros e a integração é comprometida. A família é profundamente afetada pela ocorrência de uma doença crônica em um de seus membros e embora ela tenha como função mediar a tensão de seus membros, um nível de tensão prolongada pode destruir sua capacidade de funcionar como anteparo para eles.
Uma das características da problemática dos autistas é a dificuldade na interação social, que pode ser visualizada pela inabilidade de relacionar-se com o outro, característica que traz problemas de conduta. Este fator reflete-se no ambiente familiar, desorganizando-o e impedindo -o de ultrapassar de modo satisfatório suas fases evolutivas. Dessa forma, a família passa a viver
em função do doente e de suas exigências, por sua dificuldade em adquirir autonomia e pela dependência permanente.Este estudo traz uma hierarquia das categorias mais afetadas nas famílias das criança autistas a primeira delas é a auto-estima ( um filho com doença crônica desvaloriza a família, fato agravado pela depreciação que a sociedade apresenta a crianças deficiêntes), seguida de integração ( já que a posição ocupada pelas pessoas que apresentam algum tipo de deficiência é semelhante a dos grupos étnicos menos privilegiados) em terceira posição a individualização, pois os pais de deficiêntes sofrem restrições em todos os setores da vida e por último a interação conjugal.
GRUPO:Ana Thereza Martins, Isable Plácido,Lhaís Alves, Nelma Oliveira e Sérgio Sampaio.
As implicações psicossociais da revelação diagnóstica na perspectiva dos pacientes com HIV/AIDS e dos profissionais de saúde.
TEMA DO PROJETO: As implicações psicossociais da revelação diagnóstica na perspectiva dos pacientes com HIV/AIDS e dos profissionais de saúde.
ARTIGO:
Araújo, Maria Alix Leite, Farias, Francisca Lucélia Ribeiro de e Rodrigues, Alanna Virgínia Brito Aconselhamento pós-teste anti-HIV: análise à luz de uma teoria humanística de Enfermagem. Esc. Anna Nery, Dez 2006, vol.10, no.3, p.425-431. ISSN 1414-8145
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), denominada como a mais recente pandemia da humanidade, constitui-se hoje um dos mais sérios problemas mundiais de saúde pública. Hoje existem no mundo cerca de 23 milhões de pessoas infectadas pelo HIV, das quais aproximadamente 40% são mulheres, caracterizando o que foi denominado de feminização da epidemia. Como conseqüência, ocorreu um aumento de casos de AIDS em crianças, ocasionado especialmente pela transmissão vertical (TV), ou seja, a transmissão do vírus para o bebê durante a gestação, o parto ou aleitamento materno. Com o objetivo de reduzir as taxas de transmissão vertical do HIV, o Brasil adotou a como política pública o oferecimento do teste anti-HIV a todas as gestantes durante o acompanhamento pré-natal. O aconselhamento no pré-natal configura-se em um diálogo que visa a estabelecer uma relação de confiança entre os interlocutores e a oferecer à gestante condições para que avalie sua condição de vulnerabilidade e riscos pessoais de portar o HIV, tome decisões e encontre maneiras realistas, ou seja, maneiras viáveis de enfrentar seus problemas relacionados às DST/HIV/AIDS. Visando a contribuir para a melhoria da assistência profissional às gestantes no pré-natal, esta pesquisa tem como objetivo conhecer como os profissionais de enfermagem desenvolvem o processo de aconselhamento pós-teste anti-HIV para mulheres grávidas. Trata-se de um estudo qualitativo desenvolvido em Unidades Básicas de Saúde da Família de Fortaleza (UBASF). O trabalho de campo ocorreu pela observação do atendimento de 12 enfermeiros em consultas de pré-natal de 12 gestantes. O referencial teórico de análise foi a Teoria Humanística de Enfermagem de Paterson e Zderad visto que a Enfermagem, segundo a teoria, implica um tipo especial de encontro entre seres humanos. A análise baseou-se no conceito de diálogo, tendo como variáveis seus elementos estruturais: o encontro, o relacionamento, a presença e o chamado e a resposta. Observou-se que a assistência às gestantes não atingiu o relacionamento EU-TU, ou seja, o relacionamento sujeito-sujeito, com a presença do diálogo genuíno. Prevaleceu o relacionamento EU-ISSO, sujeito-objeto, onde as gestantes eram reduzidas a casos clínicos, sem capacidade de tomar decisões favoráveis a sua saúde. As consultas eram rápidas e puramente mecânicas, levando esses profissionais, em certos momentos, a fugirem de uma assistência humanizada. O estudo levanta a necessidade de se repensarem as práticas educativas desenvolvidas pelos enfermeiros nas UBASF, visando a elaborações de abordagens inovadoras e estratégias a serem implantadas pelos profissionais que atuam na assistência integral à saúde da mulher nos serviços de saúde.
O artigo levanta um tema bastante relevante, mas sentimos falta de uma descrição mais aprofundada do aconselhamento pós-teste anti-HIV, que é o nosso tema de interesse. Achamos que seria relevante informar quantos dos 12 casos observados se referiam à revelação diagnóstica, e se nesta situação houve diferença de comportamento por parte dos enfermeiros. Acreditamos que as conclusões da pesquisa estão muito mais relacionadas ao tratamento desumanizado que alguns profissionais de saúde oferecem aos pacientes de uma forma geral, do que à análise de uma situação específica de aconselhamento e revelação diagnóstica.
Araújo, Maria Alix Leite, Farias, Francisca Lucélia Ribeiro de e Rodrigues, Alanna Virgínia Brito Aconselhamento pós-teste anti-HIV: análise à luz de uma teoria humanística de Enfermagem. Esc. Anna Nery, Dez 2006, vol.10, no.3, p.425-431. ISSN 1414-8145
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), denominada como a mais recente pandemia da humanidade, constitui-se hoje um dos mais sérios problemas mundiais de saúde pública. Hoje existem no mundo cerca de 23 milhões de pessoas infectadas pelo HIV, das quais aproximadamente 40% são mulheres, caracterizando o que foi denominado de feminização da epidemia. Como conseqüência, ocorreu um aumento de casos de AIDS em crianças, ocasionado especialmente pela transmissão vertical (TV), ou seja, a transmissão do vírus para o bebê durante a gestação, o parto ou aleitamento materno. Com o objetivo de reduzir as taxas de transmissão vertical do HIV, o Brasil adotou a como política pública o oferecimento do teste anti-HIV a todas as gestantes durante o acompanhamento pré-natal. O aconselhamento no pré-natal configura-se em um diálogo que visa a estabelecer uma relação de confiança entre os interlocutores e a oferecer à gestante condições para que avalie sua condição de vulnerabilidade e riscos pessoais de portar o HIV, tome decisões e encontre maneiras realistas, ou seja, maneiras viáveis de enfrentar seus problemas relacionados às DST/HIV/AIDS. Visando a contribuir para a melhoria da assistência profissional às gestantes no pré-natal, esta pesquisa tem como objetivo conhecer como os profissionais de enfermagem desenvolvem o processo de aconselhamento pós-teste anti-HIV para mulheres grávidas. Trata-se de um estudo qualitativo desenvolvido em Unidades Básicas de Saúde da Família de Fortaleza (UBASF). O trabalho de campo ocorreu pela observação do atendimento de 12 enfermeiros em consultas de pré-natal de 12 gestantes. O referencial teórico de análise foi a Teoria Humanística de Enfermagem de Paterson e Zderad visto que a Enfermagem, segundo a teoria, implica um tipo especial de encontro entre seres humanos. A análise baseou-se no conceito de diálogo, tendo como variáveis seus elementos estruturais: o encontro, o relacionamento, a presença e o chamado e a resposta. Observou-se que a assistência às gestantes não atingiu o relacionamento EU-TU, ou seja, o relacionamento sujeito-sujeito, com a presença do diálogo genuíno. Prevaleceu o relacionamento EU-ISSO, sujeito-objeto, onde as gestantes eram reduzidas a casos clínicos, sem capacidade de tomar decisões favoráveis a sua saúde. As consultas eram rápidas e puramente mecânicas, levando esses profissionais, em certos momentos, a fugirem de uma assistência humanizada. O estudo levanta a necessidade de se repensarem as práticas educativas desenvolvidas pelos enfermeiros nas UBASF, visando a elaborações de abordagens inovadoras e estratégias a serem implantadas pelos profissionais que atuam na assistência integral à saúde da mulher nos serviços de saúde.
O artigo levanta um tema bastante relevante, mas sentimos falta de uma descrição mais aprofundada do aconselhamento pós-teste anti-HIV, que é o nosso tema de interesse. Achamos que seria relevante informar quantos dos 12 casos observados se referiam à revelação diagnóstica, e se nesta situação houve diferença de comportamento por parte dos enfermeiros. Acreditamos que as conclusões da pesquisa estão muito mais relacionadas ao tratamento desumanizado que alguns profissionais de saúde oferecem aos pacientes de uma forma geral, do que à análise de uma situação específica de aconselhamento e revelação diagnóstica.
terça-feira, 3 de junho de 2008
Tema do Projeto: Como é percebida a apropriação privada de ruas públicas de Salvador pelos seus próprios moradores.
Equipe: Amanda Almeida e Valcleiton.
Artigo:
ARQUITETURA DA VIOLÊNCIA: OS CUSTOS SOCIAIS DA SEGURANÇA PRIVADA
Sônia Maria Tadez Ferraz
Camila Bezerra Furloni
Camila Siqueira Madeira
Fabiana de Matos Carvalho Cabral
Resumo:
l
Equipe: Amanda Almeida e Valcleiton.
Artigo:
ARQUITETURA DA VIOLÊNCIA: OS CUSTOS SOCIAIS DA SEGURANÇA PRIVADA
Sônia Maria Tadez Ferraz
Camila Bezerra Furloni
Camila Siqueira Madeira
Fabiana de Matos Carvalho Cabral
Resumo:
O objetivo das autoras do artigo é apresentar os resultados sobre mudanças formais e funcionais realizadas na arquitetura residencial de alta renda, sob o pretexto da busca por proteção e segurança, e conseqüentemente avaliar o crescimento da violência nos grandes centros urbanos brasileiros e o seu desdobramento em custos sociais da segurança privada.
É principalmente nos bairros de alta renda que se verifica a subtração do direito coletivo ao espaço público, através da implantação de equipamentos de proteção patrimonial, além da contratação de segunraça privada para áreas cuja proteção deveria ser realizada pelo poder público. Essas intervenções fazem emergir o significado simbólico tanto do poder de classe quanto do pânico decorrente do crescimento da violência no país.
Na região sudeste, os crimes contra o patrimônio são os que mais crescem de acordo com as estatísticas oficiais e da mídia. Assim, em virtude do medo, as pessoas mudam as suas práticas sociais a fim de se prevenir, e a segurança se torna um bem essencial. Na medida em que o Estado não pode garanti-la, crescem a demanda e os preços da segurança privada.
Outra conseqüência desse medo excessivo são as neuroses e a desconfiança com o Outro, que têm freqüentemente progredido para a chamada "doença do pânico".
As classes sociais de alta renda são efetivamente aquelas que podem suprir a necessidade de prover sua própria segurança privada, alimentando um mercado que está em constante crescimento. Essas estratégias de proteção redesenham a arquitetura, as cidades e repercutem na vida do cidadão.
A transgressão que passa pela apropriação dos espaços públicos se dá pela infração às leis de uso do solo e código de posturas, desconsiderando o direito coletivo. Para garantir a proteção patrimonial/residencial contra a violência, moradores e proprietários avançam ilegalmente os limites de seus lotes sobre esses espaços, privatizando-os.
Deste modo, guaritas, cancelas, obstáculos e cabinas de segurança são instaladas em vias cujo direito de uso e livre acesso é destinado a qualquer cidadão.
O fechamento de ruas e/ou quarteirões com grades, portões e guaritas, privatizando-os, suprimindo as faixas obrigatórias para o trânsito de pedestres, formando falsos “condomínios particulares”, sem qualquer aviso legível referente à natureza pública dos logradouros, como manda a lei, são novos e numerosos exemplos de apropriação dos espaços públicos em benefício privado. Tal desrespeito tem sido flagrante e freqüente e acaba “legalizado” tanto pela naturalização dada pela repetição, como pela consesualidade.
A construção ou implantação das guaritas são custeadas privadamente, por moradores da área, para servirem de vigia e controle em esquinas ou ruas sem saída. Quando entram em desuso, por diversas razões, são normalmente abandonadas, desaparecendo neste momento o senso de coletividade, e os custos de sua retirada ou demolição são deixados para o poder público, para ser pago com recursos recolhidos através dos impostos dos milhares de contribuintes que, em nenhum momento se beneficiaram do equipamento. Configura-se aqui um benefício privado que se dá através de um custo social financeiro e contribui para aumentar a concentração de investimentos públicos nas áreas nobres, onde esses eventos têm sido mais constantes.
Contraditoriamente, quando abandonadas as guaritas podem ser novo foco de perigo os mesmos moradores, podendo então funcionar como esconderijo ou abrigo para a própria população que deveria, a critério dos mesmos moradores, ser vigiada através delas.
É principalmente nos bairros de alta renda que se verifica a subtração do direito coletivo ao espaço público, através da implantação de equipamentos de proteção patrimonial, além da contratação de segunraça privada para áreas cuja proteção deveria ser realizada pelo poder público. Essas intervenções fazem emergir o significado simbólico tanto do poder de classe quanto do pânico decorrente do crescimento da violência no país.
Na região sudeste, os crimes contra o patrimônio são os que mais crescem de acordo com as estatísticas oficiais e da mídia. Assim, em virtude do medo, as pessoas mudam as suas práticas sociais a fim de se prevenir, e a segurança se torna um bem essencial. Na medida em que o Estado não pode garanti-la, crescem a demanda e os preços da segurança privada.
Outra conseqüência desse medo excessivo são as neuroses e a desconfiança com o Outro, que têm freqüentemente progredido para a chamada "doença do pânico".
As classes sociais de alta renda são efetivamente aquelas que podem suprir a necessidade de prover sua própria segurança privada, alimentando um mercado que está em constante crescimento. Essas estratégias de proteção redesenham a arquitetura, as cidades e repercutem na vida do cidadão.
A transgressão que passa pela apropriação dos espaços públicos se dá pela infração às leis de uso do solo e código de posturas, desconsiderando o direito coletivo. Para garantir a proteção patrimonial/residencial contra a violência, moradores e proprietários avançam ilegalmente os limites de seus lotes sobre esses espaços, privatizando-os.
Deste modo, guaritas, cancelas, obstáculos e cabinas de segurança são instaladas em vias cujo direito de uso e livre acesso é destinado a qualquer cidadão.
O fechamento de ruas e/ou quarteirões com grades, portões e guaritas, privatizando-os, suprimindo as faixas obrigatórias para o trânsito de pedestres, formando falsos “condomínios particulares”, sem qualquer aviso legível referente à natureza pública dos logradouros, como manda a lei, são novos e numerosos exemplos de apropriação dos espaços públicos em benefício privado. Tal desrespeito tem sido flagrante e freqüente e acaba “legalizado” tanto pela naturalização dada pela repetição, como pela consesualidade.
A construção ou implantação das guaritas são custeadas privadamente, por moradores da área, para servirem de vigia e controle em esquinas ou ruas sem saída. Quando entram em desuso, por diversas razões, são normalmente abandonadas, desaparecendo neste momento o senso de coletividade, e os custos de sua retirada ou demolição são deixados para o poder público, para ser pago com recursos recolhidos através dos impostos dos milhares de contribuintes que, em nenhum momento se beneficiaram do equipamento. Configura-se aqui um benefício privado que se dá através de um custo social financeiro e contribui para aumentar a concentração de investimentos públicos nas áreas nobres, onde esses eventos têm sido mais constantes.
Contraditoriamente, quando abandonadas as guaritas podem ser novo foco de perigo os mesmos moradores, podendo então funcionar como esconderijo ou abrigo para a própria população que deveria, a critério dos mesmos moradores, ser vigiada através delas.
Todas as estratégias físicas de proteção são ainda ampliadas pela contratação de vigilantes particulares o que têm se transformado em verdadeiros pesadelos, como conseqüência da falta de qualificação e credenciamento para a atividade. A agressividade e o arbítrio com que agem os torna mais uma ameaça aos cidadãos, do que uma certeza de proteção e tranquilidade. Hoje as calçadas são ocupadas por um bom número de vigilantes que têm contribuído para o cerceamento do livre trânsito nos espaços públicos das cidades. As calçadas passam a ser protegidas para o uso exclusivos dos seus contratantes, desestimulando a livre circulação de tantos outros moradores das cidades.
A incorporação desses elementos de fechamento e isolamento na arquitetura residencial traz a idéia e a noção de um determinado estilo de vida das elites. É o estilo que exclui a relação entre público e privado e a convivência com aqueles que são considerados diferentes.ARTIGO: A Educação Popular na Atenção Básica à Saúde no Município: em Busca da Integralidade.
TEMA: Integralidade e Educação Popular em Saúde: Mecanismos Utilizados pelos Profissionais na Condução da Assistência Sexual e Reprodutiva da Mulher em um Posto de Saúde de Salvador
Equipe: Ana Paula Plantier, Daniela Miranda, Karina Neville, Roberta Reis, Uila Neri.
ALBUQUERQUE, P. C.; STOTZ, E. N. Popular education in primary care: in search of comprehensive health care, Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.8, n.15, p.259-74, mar/ago 2004
O artigo em questão discute a definição de uma política municipal de educação em saúde, embasada na educação popular, e atendendo os princípios da universalidade, equidade e integralidade.
Dessa forma, o objetivo do trabalho é de analisar e discutir como uma gestão municipal, partindo da diretriz da integralidade, pode atuar na institucionalização das ações de educação em saúde, tendo em vista a educação popular, na área de atenção básica à saúde, particularmente no modelo baseado no PSF (Programa de Saúde da Família).
O artigo foi elaborado a partir de uma tese de doutorado, do mesmo autor (“A Educação Popular em Saúde no Município do Recife-PE”), de outubro de 2003 e baseou-se em revisão bibliográfica e análise documental. A revisão bibliográfica abarcou as bases de dados Lilacs e Medline, entre 1991 e 2001, através do unitermos: educação popular, integralidade, saúde comunitária e medicina comunitária. Na análise documental foram utilizados dados da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, da Secretaria Municipal de Saúde do Recife, além da Rede de Educação Popular e Saúde (RedeEdpop) e do Ministério da Saúde.
Inicialmente, o autor realiza alguns apontamentos, à luz da literatura, a respeito da integralidade, afirmando-a como uma das diretrizes do sistema único de saúde, considerando essencialmente a integração das modalidades assistência e prevenção no setor de saúde, e ressaltando-a como diretriz também do PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher). O autor aponta um consenso entre os autores no que diz respeito à relevância de incorporar a noção de cidadania e englobar as dimensões individuais e coletivas no conceito de integralidade.
No que se refere à educação em saúde no SUS, o autor apontou a falta de referências consistentes e explícitas em relação à educação em saúde, como sendo reflexo de uma dificuldade desta ser considerada como um meio para garantir melhores condições de saúde. Ele aponta uma discrepância teórico-prática, com a formulação de medidas em referências ao Ministério da saúde, mas no entanto, uma marginalidade da efetiva implementação dessa educação na prática. No entanto, ele refere-se ao Seminário de Promoção da Saúde e Educação Popular, (Unb, 2000), no que diz respeito à ênfase que o agir educativo em saúde deve ter nas práticas de saúde enquanto práticas sociais.
O autor se refere a Paulo Freire como um dos fomentadores da discussão da questão da educação popular, nas suas argumentações de que a educação é um instrumento de libertação, conscientização e transformação. Outros autores discursam em consonância com essa idéia, afirmando que a educação popular representa uma ruptura com a tradição autoritária e normatizadora da educação em saúde.
Em seguida, o autor elenca algumas experiências positivas com a educação popular em saúde encontrados na literatura, que consistem na realização de oficinas, rádio comunitária, teatro de rua e de bonecos, práticas alternativas em saúde, práticas grupais, oficinas problematizadoras no que diz respeito à saúde da mulher, entre outros. No entanto, um ponto comum é que essas formas de prática em educação popular estão ligadas à valorização e à construção da participação popular.
O autor também aponta especificamente, uma proposta de educação popular em saúde no Recife, na qual pôde-se verificar que uma visão mais integral no atendimento em saúde depende de fatores da participação popular dos indivíduos no setor da saúde, como transcendendo essa relação, levando em conta a vida comunitária dos sujeitos, por exemplo.
O autor conclui que a educação popular, além de reforçar a participação social, reforça também a conscientização dos indivíduos sobre suas próprias condições. Por outro lado, a educação popular pode ser vista como agente contribuinte para que as equipes de saúde incorporem novas práticas, visando à integralidade. Acima de tudo, o autor afirma, em consonância com Vasconcelos (2003), que a educação popular requer uma reconstrução institucional no setor de saúde.
Equipe: Ana Paula Plantier, Daniela Miranda, Karina Neville, Roberta Reis, Uila Neri.
ALBUQUERQUE, P. C.; STOTZ, E. N. Popular education in primary care: in search of comprehensive health care, Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.8, n.15, p.259-74, mar/ago 2004
O artigo em questão discute a definição de uma política municipal de educação em saúde, embasada na educação popular, e atendendo os princípios da universalidade, equidade e integralidade.
Dessa forma, o objetivo do trabalho é de analisar e discutir como uma gestão municipal, partindo da diretriz da integralidade, pode atuar na institucionalização das ações de educação em saúde, tendo em vista a educação popular, na área de atenção básica à saúde, particularmente no modelo baseado no PSF (Programa de Saúde da Família).
O artigo foi elaborado a partir de uma tese de doutorado, do mesmo autor (“A Educação Popular em Saúde no Município do Recife-PE”), de outubro de 2003 e baseou-se em revisão bibliográfica e análise documental. A revisão bibliográfica abarcou as bases de dados Lilacs e Medline, entre 1991 e 2001, através do unitermos: educação popular, integralidade, saúde comunitária e medicina comunitária. Na análise documental foram utilizados dados da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, da Secretaria Municipal de Saúde do Recife, além da Rede de Educação Popular e Saúde (RedeEdpop) e do Ministério da Saúde.
Inicialmente, o autor realiza alguns apontamentos, à luz da literatura, a respeito da integralidade, afirmando-a como uma das diretrizes do sistema único de saúde, considerando essencialmente a integração das modalidades assistência e prevenção no setor de saúde, e ressaltando-a como diretriz também do PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher). O autor aponta um consenso entre os autores no que diz respeito à relevância de incorporar a noção de cidadania e englobar as dimensões individuais e coletivas no conceito de integralidade.
No que se refere à educação em saúde no SUS, o autor apontou a falta de referências consistentes e explícitas em relação à educação em saúde, como sendo reflexo de uma dificuldade desta ser considerada como um meio para garantir melhores condições de saúde. Ele aponta uma discrepância teórico-prática, com a formulação de medidas em referências ao Ministério da saúde, mas no entanto, uma marginalidade da efetiva implementação dessa educação na prática. No entanto, ele refere-se ao Seminário de Promoção da Saúde e Educação Popular, (Unb, 2000), no que diz respeito à ênfase que o agir educativo em saúde deve ter nas práticas de saúde enquanto práticas sociais.
O autor se refere a Paulo Freire como um dos fomentadores da discussão da questão da educação popular, nas suas argumentações de que a educação é um instrumento de libertação, conscientização e transformação. Outros autores discursam em consonância com essa idéia, afirmando que a educação popular representa uma ruptura com a tradição autoritária e normatizadora da educação em saúde.
Em seguida, o autor elenca algumas experiências positivas com a educação popular em saúde encontrados na literatura, que consistem na realização de oficinas, rádio comunitária, teatro de rua e de bonecos, práticas alternativas em saúde, práticas grupais, oficinas problematizadoras no que diz respeito à saúde da mulher, entre outros. No entanto, um ponto comum é que essas formas de prática em educação popular estão ligadas à valorização e à construção da participação popular.
O autor também aponta especificamente, uma proposta de educação popular em saúde no Recife, na qual pôde-se verificar que uma visão mais integral no atendimento em saúde depende de fatores da participação popular dos indivíduos no setor da saúde, como transcendendo essa relação, levando em conta a vida comunitária dos sujeitos, por exemplo.
O autor conclui que a educação popular, além de reforçar a participação social, reforça também a conscientização dos indivíduos sobre suas próprias condições. Por outro lado, a educação popular pode ser vista como agente contribuinte para que as equipes de saúde incorporem novas práticas, visando à integralidade. Acima de tudo, o autor afirma, em consonância com Vasconcelos (2003), que a educação popular requer uma reconstrução institucional no setor de saúde.
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